Processo de cura em 7 etapas – para você e sua família
A cura nos torna completos e ajuda a encontrarmos o equilíbrio na vida. O processo de cura em 7 etapas está fundamentado em teorias da psicologia transpessoal. É possível aplicá-lo como uma cura pessoal ou para sua própria família e ele pode ser usado como uma estrutura de cura holística em um ambiente de aconselhamento ou clínica. Veja neste artigo, como funciona o processo de cura em 7 etapas.
“A teia de nossa vida é de um fio misturado, bom e doente juntos. Nossas virtudes ficariam orgulhosas, se nossas falhas não os açoitavam, e nossos crimes se desesperariam, se não fossem valorizados por nossas virtudes”
As etapas do processo de cura
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Etapa 1 – Analise os estressores do passado e do presente
Após nomeá-los, você pode começar a trabalhar para alterá-los. Qualquer sintoma mental, físico e emocional que se manifesta em seu corpo é uma evidência de um desequilíbrio energético. Os padrões das pessoas e da natureza estão profundamente ligados, tanto que há uma manifestação constante um do outro.
Para essa etapa se pergunte: “O que me traz estresse na vida?”
Não é necessário insistir muito nessa parte das etapas do processo de cura, basta identificar seus estressores e seguir em frente.
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Etapa 2- Observe os hábitos com atenção plena
Fique atento aos rituais e hábitos que moldam o seu dia. Avalie os padrões da sua rotina, a sua percepção da vida é adquirida através dos impulsos inconscientes que te movem durante seus dias.
Nesta etapa do processo de cura se pergunte: “Quais hábitos são bons para o meu eu mais elevado?”; “Com quais hábitos estou beneficiando a minha família?”; “Quais hábitos não estão servindo para o meu eu mais elevado?”, “Com quais hábitos não estou beneficiando minha família?”.
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Etapa 3 -Avalie suas crenças e atitudes geracionais, de gênero e culturais
Ao falar sobre as crenças e atitudes que você tem em relação aos seus antepassados, é possível que haja um entendimento psicológico profundo. É comum que o que não se pode ver em si mesmo, seja visto através do espelho maior oferecido por nossa cultura.
A sombra pessoal possui um desenvolvimento subjetivo, que só pode ser conhecido verdadeiramente por uma pessoa e, portanto, nunca pode ser visto de forma completamente objetiva. Porém, a sombra coletiva pode ser experimentada por qualquer um e, por isso, pode ser descrita como uma realidade objetiva, sendo vista por uma variedade de pontos de vista e perspectivas.
Na etapa 3 do processo de cura se pergunte: “Quais são as lutas da minha geração e com quais me identifico?”; “Com quais crenças culturais eu mais me identifico?”, “Eu sou sensível às lutas geracionais e culturais da minha família?”.
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Etapa 4 – Discutir e substanciar aquilo que está funcionando
Nesta etapa, devemos fazer um exame das forças que mantivemos no passado, no presente e analisar as forças em potencial que podemos discernir em nosso próprio caráter. No tratamento a fundação é construída para o sucesso.
Veja quais são as qualidades antagônicas da natureza primária:
- A natureza primária iluminada
- A sombra da nossa natureza primária
- Proximidade e confiança na natureza
- Desconexão e medo da natureza
- Participação na comunidade
- Isolamento e desconexão das pessoas da comunidade
- Conexão com a música e o ritmo
- Desconexão com a música e ritmo de nossos corpos e da natureza
- Facilidade de movimento e conexão profunda com o corpo
- Doença, imobilidade e desconexão com o corpo
- Consciência e comunicação sobre as necessidade fisiológicas primárias do ar, alimentos,água e temperatura constante do corpo
- Ignorância, recusa em reconhecer a conexão, provação ou excesso de indulgência das necessidades fisiológicas primárias do ar, comida água e temperatura do corpo
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Etapa 5 – Discutir e sintetizar complexos, feridas e sombras
Quando alguém é capaz de enxergar claramente seus pontos fortes, também é capaz de ver sua escuridão. É preciso estar enraizado em suas forças para reter a escuridão do seu próprio corpo sem adoecer. A sombra coletiva pode atuar ou se esconder abaixo da superfície.
Nesta etapa do processo de cura se pergunte: “Em qual área eu posso me conectar mais à minha força vital primária?”, “De que forma posso apoiar minha família na conexão com a força vital primária?”.
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Etapa 6 -Permitir que os outros expressem sua força vital
Todos os seres humanos são expressões da energia da vida. Essa energia vital se manifesta como pensamento ou ação. A energia da vida é expressa a partir das interações. Tais interações são naturalmente criativas e podem ser consigo mesmas, através da escrita e da arte, ou com os outros, a partir de atividades como rituais, cerimônias e união sexual.
Quando a energia da vida não é demonstrada, ela pode gerar um bloqueio em nossos corpos, que causa emoções reprimidas que, se não forem expressas com o tempo, levam a doenças e enfermidades.
A energia vital também atravessa a terra, conhecida na teoria de campo ideal, na qual todos os seres humanos pertencem a uma energia vital como expressão individual e única de uma energia vital sistemática, auto-perpetuadora e auto-corrigida.
“Quando as pessoas se afastam da unidade da consciência e começam a se perceber unicamente como um eu individual separado da energia criativa da vida, o afastamento se espalha para outros aspectos do ser. Como resultado, perde-se um senso de conexão com os outros e cresce uma tendência à opressão dos outros. A consciência fragmentada e alienada também cria desarmonia e desequilíbrio no ambiente e exacerba a insegurança, o isolamento e o medo. Os indivíduos baseiam seu senso de si mesmos em critérios materiais e em outros critérios externos, acreditando ser a aparência, as roupas que vestem, suas rendas, sua posição, o modelo de carro que dirigem e assim por diante. Ansiedade, insegurança e medo surgem à medida que reconhecem a natureza finita e limitada dos bens materiais”. James Hillman
Na etapa 6 do processo de cura se pergunte: “Como expresso minha força vital com outras pessoas?”; “Como posso ajudar minha família a expressar sua força vital?”.
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Etapa 7 – Crie uma visão para níveis mais altos de funcionamento
Para a etapa final de cura, você deve se tornar um participante ativo na criação da sua visão para a realidade de cura. Esse processo se torna mais fácil através da visualização criativa. Faça um plano e envolva as pessoas com quem convive.
Nas crenças orientais sobre o pensamento, a interação humana é entendida através dos conceitos de Karma e Dharma.O Dharma pode ser definido como uma ação virtuosa, alcançada através do cumprimento de leis universais da natureza e da compreensão dos elementos que formam o mundo. A partir de tal ação virtuosa que atingimos a vida iluminada e criamos um karma para nós mesmos. O karma é uma lembrança de pensamentos ou ações anteriores – uma tendência que pode ser reforçada ou negada através da livre escolha.
Então, a cada ação de nossas vidas, é criada uma semente cármica que se enraíza e se mostra no futuro. Como seres humanos, nosso movimento na vida é formado por uma série de ciclos que incluem dharma e karma. Estamos vivendo e agindo de forma contínua a partir das sementes dessas ações, isso cria a ilusão que chamamos de vida física na terra.
Carl Jung defendia que não mantemos apenas o karma pessoal, mas também o coletivo para viver esses ciclos: “Só podemos aceitar cautelosamente a idéia do Karma se a entendermos como hereditariedade psíquica no sentido mais amplo da palavra. A hereditariedade psíquica existe – ou seja, há herança de características psíquicas, como predisposição para doenças, traços de caráter, dons especiais e assim por diante”.
A única forma de viver livre do karma é abraçando um novo karma que se apresenta a você a cada momento. Você primeiro deve possuir o karma, para depois transcendê-lo. “Para os esquimós, quando adoecemos, assumimos um novo nome, uma nova personalidade doente. Para superar a doença, é preciso literalmente “superá-la”, ou seja, morrendo. A única esperança de cura está na morte da má personalidade. Saúde requer morte”. James Hillman
Sócrates afirmava que a luz deve ser sacrificada todos os dias para dar lugar às trevas, porque uma não existe sem a outra. “A morte, então, é a cura e a salvação, e não apenas o último e pior estágio da doença. O galo cantando ao amanhecer também anuncia a ressurreição da luz. Mas, a vitória sobre a doença e o novo dia começa apenas quando a ambição por ela foi abandonada sobre o altar. A experiência que a doença da morte cura é a raiva de viver… ” James Hillman
Trazer consciência para impulsos inconscientes de nossas sombras requer um processo de confronto ao inconsciente e de enxergar a verdade. Todas as vezes que você assume um modo de ser inconsciente,deve permitir que esse modo seja excluído, para abrir espaço e um novo modo de ser surgir.
Na última etapa do processo de cura você deve se perguntar: “O que preciso deixar morrer em minha vida?”; “Qual é o meu desejo mais profundo no momento?”; “Quais ações é preciso tomar para apoiar esse desejo profundo?”; “Como posso apoiar minha família na identificação do que precisa morrer em suas vidas?”, “Como eu apoio os desejos mais profundos da minha família?”.
A partir do choque das energias do antigo e do novo, medo e amor, podemos nascer para uma nova era de entendimento, compreensão do passado e do presente, como uma forma de criar o futuro. A chave para a transformação é manter a tensão das duas forças opostas, não negar e abraçar o mal inerente à condição humana.
Para concluir, decida um novo modo de ser e escolha ver claramente qual o modo antigo de ser que precisa morrer para que sua vida nova nasça. Esse processo de cura é apenas um passo para um novo futuro.As implicações do trabalho a ser feito são grandes, as lições a aprender são muitas e o seu potencial de transformação está no auge.
Este artigo foi livremente inspirado nessa publicação e adaptado ao conteúdo do WeMystic.
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