Quando a vida começa? Acoplamento espiritual
Quando será que a vida ocorre realmente? Penso que essa é uma pergunta bastante comum, que a maioria das pessoas já fez algum dia. Sabemos que a vida chegou, com certeza, quando nasce o bebê e ele dá o melhor presente que uma mãe pode ter nesse momento: seu primeiro chorinho, o choro da vida. Mas, antes disso, quando é que a vida se forma de fato? Em qual momento deixamos de ser um aglomerado de células e nos tornamos um ser?
“O zigoto é vida humana. Este é um fato que ninguém pode negar: a vida humana começa na concepção”
Ao longo da história do pensamento temos diversas perspectivas sobre esse assunto. Alguns juristas e neurocientistas argumentam que, se a morte ocorre com a interrupção da função cerebral, a vida humana deveria iniciar com o início da função cerebral. Já nas religiões, temos algumas pequenas discordâncias a respeito do momento em que as células adquirem vida: no judaísmo, a vida se inicia após 40 dias da fecundação. Para o catolicismo e grande parte das outras religiões, a vida se inicia imediatamente a partir da fecundação. Hipócrates, o pai da medicina, concorda com essa visão de que a vida começa a sua existência na fecundação, já que, neste momento, todos os elementos genéticos para definir o ser humano como tal já estão presentes no material genético das duas células monozigóticas que se encontram. Segundo Aristóteles, a vida se inicia a partir do primeiro movimento fetal na barriga da mãe, sendo então o momento onde o espírito chega para animar o corpo.
Essa discussão é polêmica e nem mesmo a ciência encontra consenso. Porém, do ponto de vista espiritual, conseguimos chegar mais perto do mistério que envolve a formação de uma vida e como ocorre esse processo.
Células não são vida
Como a mulher engravida nós já sabemos. Que, após a fecundação, as células embrionárias se dividem e formam o embrião e depois o feto, também não é segredo. Mas, em qual momento esse embrião vira uma vida de fato?
“A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar, antes de entender, já se instrui”
Para quem é materialista, ou seja, não acredita em explicações metafísicas para a vida, o feto é um ser a partir da 12ª semana gestacional. Isso porque é nessa fase da gravidez que o feto desenvolve o sistema nervoso, onde, a partir dele, já é possível “sentir”. Mas essa é a visão científica, ou seja, um sistema racional que explica a vida a partir da matéria e desconsidera qualquer intervenção divina na criação da humanidade.
Sabemos que reencarnação é planejada ainda no universo espiritual, com a participação de quem vai nascer. O que nos leva a pensar que o processo mecânico da concepção, por si só, não é o responsável pela vida. Células não são vida, mas sim a consciência, o espírito. E, se esse espírito não nasce da concepção e “desce” do universo espiritual, ele é em algum momento da gestação acoplado à mãe, através do veículo áurico. E quem faz esse acoplamento são os mentores de luz.
Acoplamento espiritual
No universo espiritualista encontramos diversos relatos sobre o processo de acoplamento espiritual durante uma gestação, para que a reencarnação possa se dar. Mas, de todos os médiuns e guias espirituais, escolho sempre tomar por base Chico Xavier, diante da grandeza de sua obra e espírito.
Na entrevista ao programa Pinga Fogo, em 1972, Chico recebe a pergunta sobre o tema que discutimos, a qual elucida com assombrosa clareza. Segundo dele, quem vai reencarnar fica em um processo de inconsciência parcial junto à mãe, semelhante à anestesia que conhecemos na medicina da Terra. Este ser vai acordando aos poucos, ao longo do processo da gestação e também após o nascimento. O perispírito é ligado à mãe, mas não mantém consciência plena durante o tempo em que seu corpo é formado no útero.
Assim, temos algumas fases que compõe a viagem do espírito quando mergulha na carne do corpo:
Planejamento encarnatório
Como sabemos, antes de encarnar é preciso não só obter permissão, como também planejar essa encarnação. Quem serão os pais, o gênero, condição física, financeira, país onde se vai nascer são apenas alguns dos aspectos levados em consideração e projetados pelo espírito que vai reencarnar.
Ligação energética
Antes de iniciar o processo da concepção em si, o espírito que vai nascer já está em contato com seus pais. Ele estabelece uma ligação vibracional com os genitores, que incluem inclusive visitas. Esse contato mais íntimo serve também para viabilizar a concepção, além do estreitamento dos laços entre a alma que vai descer, seus pais e familiares.
Escolha do espermatozoide
Essa seria a última etapa do processo, onde o espírito ainda mantém sua antiga consciência. Ele participa da escolha do espermatozoide que irá gerar seu corpo físico, sempre em concordância com o planejamento reencarnatório e todos os aspectos de vida que este pressupõe.
Acoplamento do espírito na matéria
Após a concepção, é nessa fase que, de fato, o espírito é ligado por um cordão ao corpo da mãe, semelhante ao cordão umbilical. O processo inicia com a miniaturização do espírito, onde ele deixa para trás o antigo ego, ou seja, a consciência que adquiriu na última encarnação e também em suas vidas passadas. A medida em que abandona essa personalidade, ele perde também sua forma física, se transformando em um ser de formato ovóide na maior parte dos casos. Quanto menor ele fica, menos consciência ele tem e mais “anestesiado” vai ficando.
Essa ligação pode ocorrer tanto logo após a concepção, quanto até os 3 meses da gestação, segundo alguns médiuns. Tudo vai depender das condições espirituais não só da mãe, mas também da alma que vai reencarnar. O que é curioso, pois percebemos então que o processo de reencarne não se dá exatamente da mesma forma para todos os espíritos.
Adaptação à vida
Essa é a última etapa do processo reencarnatório. Ele começa desde o acoplamento espiritual e vai até os 7 anos de idade, quando as ligações espirituais são cortadas de vez e esse espírito já está totalmente adaptado às condições materiais. É por isso que ouvimos tanto dizer que as crianças até essa idade ainda mantém contato com o mundo espiritual, de forma muito mais aberta e natural que os adultos, algumas chegando até mesmo a verem os espíritos, e, sem saber, os chamam de “amigos imaginários”.
A vida é um presente
Independente de quando a vida começa, ela é um grande presente. Tanto para que nasce, quanto para quem recebe a vida. Não quero com isso pregar contra ou a favor do aborto, pois essa questão é muito mais densa e complexa do que a tentativa de entendimento de quando começa a vida e em qual momento o espírito é acoplado à mãe. Até mesmo porque, se Deus tudo sabe, é razoável pensar que ele consiga prever que uma gravidez corre o risco de ser interrompida, dependendo das adversidades que enfrenta. Até mesmo isso pode ser considerado aprendizado e, por esta razão, Deus permite que aconteçam, caso contrário, não existiriam.
“Através dos passos alternados de perda e ganho, silêncio e atividade, nascimento e morte, eu trilho o caminho da imortalidade”
O importante é percebemos que simplesmente o ato mecânico físico e biológico que resulta na gravidez da mulher não é, por si só, responsável por gerar a vida. Pelo contrário, esse é o mecanismo pelo qual a vida se manifesta, através da vontade divina. Não é a toa que vemos tantos casos onde abortos espontâneos, e a explicação é de que houve uma fecundação não compatível com a vida ou simplesmente uma fecundação onde não existia uma programação espiritual de vida. Por outro lado, não são poucos os casos onde a vida persiste, mesmo sendo atacada: abortos mal sucedidos são muito comuns. Há casos onde a mãe interrompeu a gravidez já mais avançada e o feto, abandonado em um banheiro de hospital ainda muito prematuro, sobrevive quase sem sequelas.
Gostamos de pensar que controlamos tudo, até mesmo a vida, mas pensar isso está completamente errado. Mesmo nos piores cenários, até mesmo no aborto, Deus está presente e permite que o curso natural das experiências aconteçam, segundo sua própria vontade. Ele está em absolutamente tudo. Deixar as pessoas livres para que façam suas próprias escolhas e arquem com as consequências de seus atos perante a justiça divina é, inclusive, parte da nossa evolução.
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