Quem foi Bezerra de Menezes?
Bezerra de Menezes é uma figura muito importante da história do Brasil, sendo reconhecido na medicina, na política e também pela sua atuação na Doutrina Espírita. Saiba um pouco mais sobre esse notável homem conhecido como o Médico dos Pobres.
A história de Bezerra de Menezes
Adolfo Bezerra de Menezes nasceu 29 de agosto de 1831, em Riacho do Sangue, uma pequena cidade do Ceará. Ele era descendente de uma antiga família de ciganos fazendeiros de criação, ligada à política e ao militarismo na Província do Ceará. Seu pai era um tenente-coronel da Guarda Nacional e o seu posicionamento político fez com que a família sofresse perseguições e dificuldades financeiras.
O Médico dos Pobres
Ele passou a sua infância e adolescência entre o Ceará e o Rio Grande do Norte e, com a morte do seu pai em 1851, ele mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar medicina. Graduou-se em 1865 e em 1858 foi nomeado como assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-Tenente. Foi um médico extremamente caridoso, dedicou a sua carreira a cuidar dos pobres e dos desfavorecidos. Em sua biografia é relatado o episódio em que, vendo uma mãe em agonia por não ter o dinheiro para comprar remédios para seus filhos, o Dr. Bezerra de Menezes retirou seu anel de grau da medicina do dedo e deu a ela para que pudesse pagar o tratamento do filho.
Trajetória política
Foi um homem de diversos cargos políticos. Foi eleito vereador no Rio de Janeiro em 1861 e 1864. Em 1866, foi eleito deputado Provincial pelo Rio de Janeiro. Retornou à política como vereador no período de 1873 a 1885, ocupando várias vezes as funções de presidente interino da Câmara Municipal. Foi eleito deputado geral pela Província do Rio de Janeiro no período de 1877 a 1885, ano em que encerrou a sua carreira política.
Entre os seus feitos como homem público, que não foram poucos, está a luta pela regulamentação do trabalho doméstico visando conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias. Denunciou os perigos da poluição que já naquela época afetava a população do Rio de Janeiro, promovendo providências para combatê-la, e por isso foi considerado um homem visionário que conseguiu prever as situações de poluição que a cidade enfrenta hoje.
Expoente da Doutrina Espírita
Bezerra de Menezes conheceu a Doutrina Espírita através de um amigo, o também médico Dr. Joaquim Carlos Travassos, que fez a tradução da obra Livro dos Espíritos para o português e deu um exemplar com dedicatória à Bezerra. Ele próprio mais tarde registrou a sua primeira impressão sobre a obra:
“Deu-mo na cidade e eu morava na Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha distração para a longa viagem, disse comigo: ora, Deus! Não hei de ir para o inferno por ler isto… Depois, é ridículo confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim, abri o livro e prendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia. Mas não encontrava nada que fosse novo para meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era novo para mim!… Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no ‘O Livro dos Espíritos’. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente”
A partir de 1883 ele começou a publicar artigos doutrinários no jornal Reformador. No ano seguinte, passou a contribuir também com o periódico O Paiz na seção intitulada “Spiritismo – Estudos Philosophicos”. Nesta época, na década de 1880, havia neste espiritismo incipiente, uma clara divisão entre dois “grupos” de espíritas: os que aceitavam o Espiritismo em seu aspecto religioso (maior grupo, o qual se incluía Bezerra) e os que não aceitavam o Espiritismo nesse aspecto. Foi em 1889, que Bezerra de Menezes foi eleito como presidente da Federação espírita Brasileira por ter sido considerado como o único capaz de superar tais divisões.
Estudou e traduziu obras de Allan Kardec e continuou a doutrinar através de seus artigos jornalísticos no O Paiz até o fim de 1893. Foi convidado em 1895 a reassumir a presidência da FEB, função que exerceu até a data de seu falecimento.
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