O que acontece espiritualmente quando traímos?
A traição causa uma dor imensa, quase insuportável. A sensação de ter sido enganado, abandonado e traído, pode causar um desespero tão grande que faz com que algumas histórias de amor terminam em tragédia, vingança e morte. As implicações cármicas da traição vão muito além das emoções e do rompimento do contrato estabelecido entre duas pessoas adultas. Isso porque o envolvimento amoroso também ultrapassa barreiras físicas e o enlace sentimental ocorre também na dimensão astral e espiritual.
“Ainda que a traição agrade, o traidor é sempre odiado”
O que acontece com as energias e com o karma quando traímos?
Conceito de traição
Para falarmos sobre o tema, é preciso primeiro pensar um pouco sobre o que é traição e o que é uma imposição cultural. No ocidente, quando nos relacionamos estabelecemos um acordo baseado na fidelidade, especialmente a fidelidade conjugal e financeira. Esse é um tipo de contrato, mas existem outros.
A nossa religião dominante diz que o casamento deve ser monogâmico, ou seja, qualquer relacionamento a três está pecando contra princípios divinos. Quando partilhamos dessa visão, a traição é inaceitável e tem implicações energéticas fortíssimas.
Mas nem todas as culturas partilham esse mesmo valor. No mundo islâmico, por exemplo, a poligamia masculina é protegida por lei. Desde que o marido possua condições financeiras para sustentar duas, até três esposas com igualdade de conforto, é permitido a este indivíduo que tenha mais de uma família. Neste caso, um muçulmano que se relaciona com mais de uma mulher não está cometendo um crime e essa atitude está dentro do considerado aceitável e padrão para aquela cultura. Quando ele decide se casar novamente, a primeira esposa não encara o acontecimento como uma traição, mas sim como uma tradição. Logo, as implicações energéticas dessa decisão são totalmente diferentes das que se estabelecem quando uma das partes é enganada.
“A traição nunca triunfa. Qual o motivo? Porque, se triunfasse, ninguém mais ousaria chamá-la de traição”
Hoje em dia já se fala mais sobre o movimento do poliamor, onde três ou até mais pessoas partilham a mesma relação e vivem como uma família. Nesses casos, também não podemos considerar que existem as mesmas implicações energéticas de uma traição tradicional, pois, existe um acordo entre as peças dessa relação que permite que ninguém seja ferido com a quebra da prática monogâmica.
Todos somos livres para conduzir a vida da forma que desejarmos, apesar das imposições e normas sociais com as quais fomos criados. Todas as relações e culturas merecem respeito e todas as formas de felicidade são dignas.
“Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te”
Portanto, as implicações energéticas das decisões que tomamos dentro de uma relação e os efeitos que elas têm sobre o outro sempre vão depender do acordo feito entre as partes. O que é combinado, nunca sai caro.
União dos chakras: acoplamento áurico
Quando entramos em uma relação afetiva, estamos dividindo muito mais do que sonhos e projetos de vida. Dividimos de forma muito intensa também as nossas energias. O acoplamento áurico é um termo cunhado justamente para mostrar que mesmo dois desconhecidos que se cruzam na rua podem passar por esse processo e acoplagem áurica. Imagine então como é forte o processo de troca energética entre as pessoas que se relacionam e fazem sexo.
O acoplamento áurico é a junção temporária das auras energéticas dos veículos de manifestação de duas ou mais consciências. Quando um casal inicia uma relação, há uma troca de fluidos vitais e essa troca faz com que haja uma energia em consonância, e a aura é o veículo por onde essa troca energética acontece. Por isso essa soma energética que se forma a partir do encontro entre duas auras é chamado acoplamento áurico.
Se o casal estiver feliz e crescendo junto, tendo experiências de amor profundo e realização, então tudo caminha bem e a relação segue feliz e harmoniosa. Porém, quando um dos dois ou mesmo os dois sentem que existe algum tipo de desconforto, alguma sensação de ansiedade, medo ou uma questão mal resolvida, ou seja, quando as energias não vibram da mesma maneira, o ideal é rever esse relacionamento e procurar descobrir o que está gerando esse desconforto e curá-lo na raiz. Existem pessoas que passam uma vida inteira sendo infelizes e não entendem a metafísica dos relacionamentos amorosos, ou seja, como as energias do parceiro influenciam na nossa felicidade e realização na amorosa e conquistas de vida. E pior, essa energia só cresce e se torna mais intensa, criando uma psicosfera desequilibrada que pode ser passada para os filhos, sobrinhos, netos, etc.
A conclusão que tiramos é que as relações são ainda mais intensas do ponto de vista espiritual do que aquilo que podemos supor com nossa racionalidade limitada. E para entender o estrago que uma traição pode causar, é preciso ter em mente o fato de que os enlaces amorosos implicam em ligações energéticas muito fortes que ocorrem entre uma consciência e outra.
Corte espiritual
Sabendo que trocamos energias através do acoplamento áurico e que nossas relações emocionais têm desdobramentos espirituais, é fácil concluir a bagunça energética que causamos quando introduzimos uma terceira pessoa na relação. Lembrando que, quando há um acordo prévio que permita que uma terceira pessoa faça parte da relação, há uma abertura consciencial e energética para receber essa influência.
Mas, quando alguém é traído, enganado, o buraco é bem mais embaixo. Não há verdade escondida na matéria que permaneça oculta no astral. Você pode achar que sua mentira está bem protegida, mas espiritualmente a pessoa que é traída recebe essa informação. Sabe aquela intuição forte? Pois é. Ela existe e tem origem espiritual. Somos avisados de muitas maneiras quando alguém age com más intenções e nos engana. E a partir daí já tem início um processo de repercussão energética da traição, pois, a dúvida e a incerteza que atormentam que desconfia de uma infidelidade podem causar um desequilíbrio energético profundo na pessoa, que também vai atingir quem está traindo. A energia fica pesada e é sentida tanto por quem trai, quanto por quem está traindo. Tudo desanda e a vida pode ficar suspensa, parada, até que essa questão se resolva.
Quando a notícia é confirmada, vem uma explosão de raiva e ódio que também fazem muito mal não só para quem sente, mas para quem recebe essa carga. Mais uma vez, vemos um karma sendo gerado. Independente dos motivos que tenham levado a infidelidade, quando fazemos alguém sofrer escolhemos plantar um sentimento que fatalmente vamos colher no futuro. Mesmo que essa pessoa não nos deseje o mal e supre de forma muito madura esse trauma, as emoções foram sentidas e os efeitos disso não podem ser evitados.
A vida de uma pessoa pode mudar para sempre após uma traição. Inclusive porque sabemos o poder de conexão espiritual densa que o desequilíbrio emocional possui, abrindo as portas para a influência de assediadores espirituais. O padrão de comportamento e memória emocional de alguém pode ser alterado para sempre e é terrível carregarmos essa “culpa espiritual”. Alguém que não era ciumento, por exemplo, pode tornar-se extremamente possessivo depois de ser traído. Alguém que não era inseguro, pode tornar-se incapaz de acreditar em si mesmo. Alguém que não era desconfiado, pode simplesmente não conseguir confiar nos outros novamente.
Não há problema nenhum em se apaixonar por outra pessoa. Isso é comum e a complexidade da vida e da existência permitem que isso aconteça. Mas a repercussão dessa mudança, especialmente quando uma família é desfeita é que vão determinar o karma que será gerado e a repercussão energética que esse rompimento vai ter. Terminar um relacionamento ou pedir o divórcio são recursos à disposição de todos e não é preciso enganar uma pessoa que um dia foi o alvo do seu amor. Saia pela porta da frente. Tome a decisão difícil, mas correta.
Aprendendo com o sofrimento da traição
A melhor experiência que uma traição carrega em si é a incrível oportunidade de crescimento, onde aprendemos a conhecer melhor o outro, à nós mesmos e os problemas mais profundos que uma relação coloca em evidência. Tentar se livrar da dor é tentar se desvencilhar o mais rápido possível da situação e do magnetismo energético dela, ou seja, quanto mais raiva, ódio e sofrimento alimentarmos, mais conectados ficamos com a pessoa e a dor que ela causou.
A melhor coisa é deixar ir. Ninguém pertence a ninguém e estamos sujeitos a perdas e rompimentos o tempo todo. Podemos curar a nossa dor sem precisar dessa conexão adoecida com quem nos machucou, o caminho mais sadio para a superação inteligente.
Todos que cruzam o nosso caminho tem algo a nos ensinar, ou a receber de nós. Nada é em vão. E, na vida, nada é eterno. Tudo tem um fim, não há nada que dure para sempre. Devemos ter isso em mente quando nos relacionamos e especialmente quando estamos sofrendo de amor. Os momentos de dor são ótimos conselheiros e quando buscamos aprender com eles, nos abrimos para dar um salto evolutivo enorme em nossa jornada. Quando o sofrimento chegar, aprenda com ele. Questione cada sentimento, cada emoção e pensamento que você tiver e tente conhecer melhor você mesma. Quando uma porta se fecha, sempre se abre uma janela.
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