Rosália Lombardo: a bela adormecida da vida real
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Se engana quem pensa que o conto da Bela Adormecida é historinha de criança. Rosália Lombardo, uma criança de aproximadamente dois anos de idade e falecida há mais de 100 anos, ainda permanece intacta, conservada, perfeita. E dizem que menina ainda abre e fecha os olhos! O cadáver é tão real que dá até medo de olhar.
Rosália está exposta na cidade italiana de Palermo, em um monastério de construído por monges capuchinhos. E seu subsolo, uma cripta reúne mais de 2000 múmias, entre elas, Rosália, dormindo seu sono eterno. O local recebe muitos visitantes por causa das múmias, mas Rosália é a estrela entre elas.
A história de Rosália: eternizada pelo amor do pai
Rosália Lombardo nasceu em Palermo em dezembro de 1918, e ficou conhecida como a Bela Adormecida após sua morte. Por causa de complicações de uma grave pneumonia, a pequena menina não aguentou a agressividade da doença e faleceu muito cedo, com cerca de dois anos de idade. Mario Lombardo, pai da menina, desesperado pela perda da filha quis arrumar uma maneira de Rosália vencer a morte e permanecer eterna. Mario então chama o químico Alfredo Salafia, especialista em mumificação e estudioso das técnicas usadas para conservar cadáveres de faraós no Egito Antigo, para manter o corpo de Rosália como no dia de sua morte. A técnica era de fato duradoura, já que Rosália permanece intacta após um século de sua morte.
“Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata”
A pedido de Mario, após o corpo da menina ser embalsamado ele foi levado à Capela dos Meninos das Catacumbas dos Capuchinhos, em Palermo, um dos últimos corpos a serem aceitos na cripta para a coleção de múmias e onde permanece exposto até hoje.
Mistérios de Rosália
Em torno da história de Rosália se criaram mitos e histórias misteriosas que provocam a curiosidade das pessoas, especialmente de quem visita a capela ou vive próximo dela. O mais forte deles (e talvez um pouco assustador) é a constatação de que a menina abre e fecha os olhos diariamente. Pois é, constatação. Fotos mostram que as pálpebras de Rosália de fato se movimentam, como se ela ainda estivesse viva. Mesmo sendo possível identificar o movimento dos olhos da menina através de fotos, tudo não passava de boatos até que os responsáveis pelo local decidiram investigar. Câmeras foram posicionadas para tentar registrar o estranho fenômeno e… Registraram. De fato a menina abre e fecha os olhos diariamente! Para explicar o fenômeno, cientistas afirmam que a movimentação das pálpebras acontece devido à oscilação de umidade no ambiente, além dos flashes das câmeras dos visitantes que provocavam a decomposição e, por consequência, retração das pálpebras. Mas, se fosse esse o caso, as pálpebras iriam se retrair lentamente conforme sofressem a ação da decomposição, e não fechariam mais. Porém, o que acontece é que os olhos abrem e fecham todos os dias.
Outra explicação é a de que os olhos de Rosália sempre estiveram entreabertos e que, dependendo do ângulo e da luminosidade do ambiente, tem-se a sensação que os olhos da menina se movimentam. Porém, como a movimentação foi registrada por câmeras, essa última explicação também é bastante fraca. Para aqueles que já tem medo dos olhares parados de quadros que parecem encarar os vivos, imagine estar em uma sala rodeada de múmias, sendo que uma delas é famosa por abrir e fechar os olhos.
Além do curioso fato da movimentação dos olhos, um estudo recente com raios-X demonstrou que o corpo de Rosália, inclusive os órgãos, também se encontram em excelente estado de conservação e com um grau de deterioração muito leve. Para isso não há muita explicação e é um mistério como o corpo da garotinha permaneceu tão conservado mesmo após tantos anos.
Nas catacumbas existem muitas outras múmias, porém, nenhuma delas tem o aspecto conservado que Rosália apresenta, aumentando ainda mais a aura de mistério em torno da menina.
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O segredo do processo de mumificação
Ninguém sabe dizer ao certo qual foi o processo utilizado por Alfredo Salafia no corpo de Rosália. Porém, cientistas e uma equipe da National Geographic descobriram, em 2009, que foram usados no processo formol, sais de zinco, álcool e glicerina, o que permitiu o corpo secar sem ressecar, tendo rigidez e nenhum fungo.
Salafia teria também substituído o sangue da menina por um líquido feito de formol, para matar as bactérias e fungos. Seria essa a explicação para os órgãos de Rosália também estarem em tão boas condições? Jamais saberemos. Apesar das explicações científicas, muitos acham que a menina é uma santa, enquanto outros pensam que ela pode acordar a qualquer momento e morrem de medo, evitando até mesmo ver fotos.
Rosália Lombardo, a bela adormecida da cripta, é uma das múmias mais bem preservadas da Terra e fascina pessoas do mundo inteiro. Diz a lenda que foi o amor de seu pai que manteve Rosália “viva” até hoje.
“O amor por um filho é uma ponte que nos leva à eternidade”
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