Sabia que Napoleão tentou derrubar a imagem de Nossa Senhora?
Você já ouviu a história que conta que Napoleão Bonaparte quis apagar a imagem de Nossa Senhora? O imperador da França via a imagem da virgem como de uma rival. Entenda.
A rivalidade entre Napoleão e Nossa Senhora
Napoleão Bonaparte foi um general francês que se tornou imperador da França entre 1804 e 1814, durante os últimos estágios na Revolução Francesa. Seu domínio foi marcado por uma série de conflitos com outros países europeus, chamadas as Guerras Napoleônicas. Neste período a França assumiu hegemonia na Europa Continental. Poderoso e intempestivo, Napoleão não assumia qualquer rivalidade, e travou uma batalha inclusive contra Nossa Senhora.
A data da Assunção de Nossa Senhora
O problema de Napoleão Bonaparte com a Virgem Maria estava relacionado à sua data de Assunção: ela coincida com a data de nascimento do imperador. Ele nasceu em 15 de agosto de 1769, a mesma data que a Igreja celebra a assunção de Nossa Senhora e Napoleão não gostava da ideia de “dividir” a sua data com esta celebração. Além disso, neste mesmo dia também era celebrado na França o “O voto de Luís XIII”. Este dia se referia a um decreto solene emitido por este rei que colocava a nação francesa sobre a proteção de Maria. Isso causou no imperador uma sensação de rivalidade, pois ele se sentia como o protetor da França. Ele era um homem genioso, que não tolerava qualquer discordância ou confronto em relação às suas ideias e personalidade. A ideia de que Maria, uma mulher dita sagrada, era mais poderosa que ele e que o povo francês a amava o perturbava.
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A passagem bíblica do dia 15 de agosto
Para completar a “implicância” de Napoleão contra Nossa Senhora, no dia 15 de agosto a Igreja lia a célebre passagem bíblica de Magnificat, que diz: “ (Deus) derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes”. “Deus dispersa os soberbos nos pensamentos dos seus corações”. Para Napoleão, aquilo era inaceitável. Ele, poderoso, soberbo e nobre não conseguia tolerar que no dia do seu aniversário a Igreja reinante na França exaltasse contra ele e a favor de Nossa Senhora. Foi em 1806 que ele decidiu assinar um decreto que abolia a Festa de Assunção de Nossa Senhora e decretando a Festa de São Napoleão.
O Papa Pio VII contestou
Como é óbvio, o então Papa Pio VII contestou esta atitude do imperador. Ele declarou que era “inadmissível que o poder civil substitua o culto a Nossa Senhora Assunta ao Céu pelo culto de um santo inexistente, com intolerável interferência do poder temporal no espiritual”. Napoleão, entretanto, não lhe deu ouvidos. Manteve a abolição da data divina. Mas como nós sabemos: ninguém escapa da justiça divina. Nem mesmo ele que se julgava todo poderoso.
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O fim de Napoleão
Napoleão, que deteve grande poderio sobre a Europa Ocidental por muitos anos, teve um fim trágico nas batalhas contra a Inglaterra. Terminou os seus dias exilado na Ilha Britânica de Santa Helena e até hoje não se sabe se ele morreu com um câncer no estômago ou foi envenenado. Por fim: “Deus derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes”. Com a perda do poder de Napoleão na França, em 1814 a França retomou a celebração da Assunção de Nossa Senhora ao dia 15 de agosto. Afinal, “Deus olhou para a humildade da sua serva. Desde agora e para sempre, todas as gerações me chamarão bem-aventurada, pois o Poderoso fez em mim grandes coisas. Santo é o Seu nome”.
Este artigo foi originalmente publicado aqui e adaptado ao Conteúdo WeMystic.
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