Salmo 82: Obtenha a justiça divina
O Salmo 82 é um dos 150 Salmos que integram a obra do antigo Rei David, a qual foi criada com o intuito de promover a aproximação entre os meros mortais e os seres que nos céus residem. Diante dessa aproximação, os Salmos permitem-nos transmitir mensagens mais claras e objetivas à estes seres celestiais, sendo cada trecho deste livro a chave para uma mensagem diferente.
Alguns são destinados a figuras muito específicas, mas todos têm em comum a glorificação divina, o louvor e uma construção rítmica que permite a eles serem declarados como poesias ou cantigas que, aliás, são as maneiras mais adequadas de se declamar um Salmo.
A justiça divina promovida pelo Salmo 82
No caso do Salmo 82, este foi idealizado com o objetivo de livrar a humanidades das mazelas das injustiças, para banir o sofrimento e a angústia daqueles que aguardam a resolução de dúvidas ou desavenças. Esse caráter de julgamento vem justamente da relação entre deuses e juízes estabelecida durante o Salmo, revelando ainda o prenúncio de uma punição para os que agirem de forma injusta e parcial.
Durante o Salmo, Deus é apresentado como um juiz supremo e detentor de todas as causas, sendo Ele capaz de denunciar os juízes que não estiverem sendo completamente justos, fazendo uso da corrupção em favor de outrem. Com isso, os que recorrem a este Salmo é declarado por quem pede à Deus para que se levante e imponha seu julgamento divino.
Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses.
Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios?
Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado.
Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios.
Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam.
Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo.
Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes.
Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações.
Durante sua leitura podemos encontrar diversas lições à humanidade e sobre como aqueles que estão encarregados de julgar possuem uma grande responsabilidade perante o destino das pessoas, cabendo a eles serem os mais justos dos justos. Embora estejam realizando uma tarefa digna de Deus, ainda são humanos e morrerão como humanos.
Tais mensagens foram construídas em um período onde havia muita corrupção e falta de lealdade no cumprimento da justiça. Sua leitura pode ser utilizada por todos os que se sintam injustiçados e desejam realizar um apelo divino nesse sentido. A oração se aplica também no combate ao radicalismo, ao fanatismo e das explorações religiosas, pedindo que uma mensagem de paz, justiça e de respeito às diferenças seja levada ao coração dos que se desviaram do caminho correto.
Versículos 1 a 3 – Fazei justiça ao pobre e ao órfão
“Deus está na congregação dos poderosos; julga no meio dos deuses. Até quando julgareis injustamente, e aceitareis as pessoas dos ímpios? Fazei justiça ao pobre e ao órfão; justificai o aflito e o necessitado”.
O Salmo tem início com uma descrição de Asafe sobre os juízes corruptos, os quais se sentam perante o Senhor para que prestem contas; entretanto, cita aqui a palavra “deuses”, fazendo uma referência tanto ao Verdadeiro Deus, quanto aos falsos deuses ou juízes da terra.
A perversidade dos juízes da vida terrena corrompeu seus cargos, restando apenas a Deus, para que distribua a justiça entre os homens. Por outro lado, o desejo do Senhor é que todos apliquem a verdadeira justiça, e que os indefesos a encontrem.
Versículos 4 a 7 – Livrai o pobre e o necessitado
“Livrai o pobre e o necessitado; tirai-os das mãos dos ímpios. Eles não conhecem, nem entendem; andam em trevas; todos os fundamentos da terra vacilam. Eu disse: Vós sois deuses, e todos vós filhos do Altíssimo. Todavia morrereis como homens, e caireis como qualquer dos príncipes”.
A perversidade dos maus juízes se faz cega perante suas responsabilidades, ou mesmo com relação ao julgamento Divino. Os perversos alegam que os fundamentos da terra estão destruídos, mas isso não é verdade, pois Deus se mantém no comando; e há de julgar os juízes como homens.
Versículo 8 – Levanta-te, ó Deus
“Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois tu possuis todas as nações”.
Diante da situação calamitosa trazida ao povo pelos juízes perversos, pobres e aflitos clamam pela Verdadeira justiça, o Juiz Supremo, o Próprio Senhor. E esse clamor jamais será ignorado, pois o Juiz da Luz virá para restabelecer a paz e a harmonia.
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