O que você deve considerar antes de fazer sexo na pandemia
Não tem muita lógica pensar que as pessoas não vão fazer sexo na pandemia até que haja uma vacina efetiva para o novo Coronavírus. Muitos não se sentem bem na solidão e precisam cuidar da sua própria saúde mental durante o isolamento, levando também em conta os riscos físicos. Isso vale tanto para potenciais quarentenas com familiares e amigos quanto para sexo com parceiros que não vivem com você. Considerando tudo o que sabemos sobre a transmissão do vírus, existe uma forma das pessoas solteiras retomarem suas vidas sexuais sem serem imprudentes para a saúde pessoal e pública?
“O sexo é o alívio da tensão. O amor é a causa”
É seguro fazer sexo na pandemia?
Já que o Covid-19 se espalha principalmente através de gotículas respiratórias do nariz e boca, qualquer interação pessoal pode levar a uma exposição. “Se você tiver qualquer tipo de contato próximo, incluindo sexo, beijo, mãos dadas ou até mesmo ficar perto de pessoas cujo status de infecção você não conhece, sempre haverá um risco de transmissão”, afirma Stacey A. Rizza, especialista em doenças infecciosas na Clínica Mayo. Como muitas infecções são assintomáticas, é mais difícil ter certeza se você, um parceiro em potencial ou qualquer pessoa que tenha um contato casual pode estar infectado. No caso dos parceiros que já moram juntos, existe uma proximidade e fazer sexo na pandemia não afeta o risco de transmissão.
“Não podemos dizer às pessoas para nunca fazer sexo na pandemia, simplesmente não é assim que somos como seres humanos ” diz Rizza. Apesar dos estudos iniciais terem encontrado traços do vírus em outros fluidos corporais, incluindo sêmen e fezes, ainda não se sabe se eles são meios consideráveis de transmissão. Mais pesquisas devem ser feitas para determinar se a infecção pelo Coronavírus pode de fato ser transmitida por atos sexuais, mas “esses dados são discutíveis, já que qualquer contato pessoal resulta em risco substancial de transmissão da doença”, de acordo com um artigo recente sobre sexualidade, saúde e o coronavírus, publicado nos Annals of Internal Medicine.
Evitar riscos e medir as consequências
Devemos pensar no risco de contrair a doença e espalhá-la para outras pessoas ao nosso redor antes de fazer qualquer tipo de contato pessoal fora e dentro de casa. “Tem que haver alguma avaliação de qual risco é aceitável para você como indivíduo e que medidas pode tomar para atenuar esses riscos”, diz Peter Leone, professor de medicina na divisão de doenças infecciosas da Gillings School of Public Saúde. “Não podemos dizer às pessoas para não fazer sexo na pandemia. Melhor informar para que elas possam tomar decisões por si mesmas.”
A primeira coisa a se considerar, de acordo com Leone, é se você ou seu parceiro em potencial podem ter um resultado ruim, ou até fatal, caso contraiam o Covid-19. Pessoas com condições como doença cardiovascular, hipertensão, imunocomprometidas ou com idade superior a 65 anos devem ser especialmente cautelosas em relação a qualquer contato pessoal. Comunicar um parceiro sobre sua possível exposição ao coronavírus também é essencial.
Além de avaliar seu risco pessoal, também é necessário avaliar o risco que representa para outras pessoas ao seu redor, caso contraia e espalhe o vírus. Todos, principalmente aqueles que vivem com amigos ou familiares, ou que tenham contato com populações de risco, precisam pensar seriamente sobre como suas ações podem afetar os outros. “Se você se envolveu em atividades sociais, não apenas sexuais, que o colocam em maior risco, é necessário considerar como restringir o contato com aquelas pessoas que, caso se infectassem, teriam um impacto devastador. Essa é absolutamente a maior questão para a sociedade à medida que nos tornamos mais móveis” diz Leone.
Algumas formas de prevenção
Fazer um monitoramento em si mesmo para detectar sintomas e perguntar aos seus parceiros em potencial se apresentaram algum problema nas últimas duas semanas é uma forma de avaliar o risco. Porém, não existe uma medida infalível, pois os casos assintomáticos são predominantes. Ficar atento às taxas de infecção na sua região também é importante, para avaliar riscos pessoais e públicos de uma possível infecção.
Especialistas imaginam cenários em que os parceiros poderiam fazer testes rápidos em casa e aguardarem resultados antes de fazer sexo na pandemia ou ter qualquer contato pessoal. A capacidade de teste e tecnologia não atingiram esses níveis, mas podem evoluir até o fim do ano.
Fazer sexo na pandemia com máscaras também é uma opção e pode ser uma forma de reduzir o risco de infecção. “Se você usa uma máscara e está em uma sala bem ventilada, o risco será substancialmente menor do que se você não usasse máscaras ou estivesse no mesmo quarto por um tempo” diz Leone. O ideal é cada parceiro usar uma máscara eficaz, que cubra completamente a boca e o nariz. A ventilação do espaço faz toda a diferença e pode afetar quanto tempo as partículas virais permanecem no ar.
Uma boa higiene e limpeza também são essenciais. Lavar as mãos antes de fazer sexo na pandemia, ou de ter qualquer contato pessoal, pode impedir a transmissão
através de superfícies de toque, mesmo que nenhum de vocês esteja ativamente infectado. Limpar o ambiente em que vão se encontrar também é uma forma de prevenção.
Quanto menos parceiros sexuais ou contatos íntimos você tiver, menor o risco de contrair ou espalhar infecções. Obter um número crescente de novos parceiros é um risco alto e desaconselhável por enquanto, de acordo com especialistas.
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