Simpatia: a explicação científica das mandingas
Dificilmente alguém nunca ouviu falar em simpatias, sobretudo quando se mora no Brasil, um país tão diverso e multicultural como este. Quem nunca pulou as sete ondas para Iemanjá no réveillon ou bateu na madeira duas vezes para que aquele dito não fosse verdade. Várias são as simpatias que nós fazemos, sejam elas ligadas às religiões ou simplesmente realizadas sem intenções espirituais.
Simpatias: o que são?
De modo geral, as simpatias – também conhecidas como “mendigas” – são pequenas receitas ou rituais que seguimos para alcançarmos alguma coisa. Por exemplo, em algumas simpatias, se precisamos de um marido, podemos colocar uma vela vermelha num copo de água e deixá-la repousar durante toda a noite.
Entretanto, nem todo mundo acredita em simpatias, mas boa parte dos brasileiros são fiéis a elas. Mas será que a ciência consegue comprovar e assegurar que elas realmente funcionam? E como associá-las com as religiões? As simpatias têm algo de religioso? Compreenda mais.
Simpatia e igreja: uma dupla que não funciona muito bem
Desde a expansão do catolicismo em território brasileiro, sobretudo no período colonial, vários rituais como as simpatias – de origem notória dos povos indígenas e africanos – foram demonizadas em prol da fé católica. Tudo que se utilizasse de recursos naturais ou que ignorassem a Bíblia era obra do demônio.
Hoje, sabemos que as coisas não são bem assim e que as simpatias não eram macumbas de má energia, mas sim pequenos rituais para atrair bênçãos e alcançar objetivos.
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A ciência e as simpatias
Ultimamente, o estudo das simpatias pela ciência tem se centrado em uma pesquisa bem curiosa. O pós-doutorando André Souza, estudante brasileiro que mora nos Estados Unidos, começou a estudar juntamente com a psicóloga americana Christine Legare as simpatias. Essa pesquisa se passa na Universidade do Texas, por onde os dois se conheceram.
André percebia que desde pequeno as simpatias sempre foram muito presentes em sua vida, seja com a sua mãe pedindo para que ele use alguma cor específica de roupa ou para deixar algum livro aberto antes de ir para a cama. Ele, como brasileiro neto, não pensou duas vezes para começar esse estudo com uma psicóloga americana.
Com este projeto, eles perceberam que existem várias semelhanças entre as simpatias do Brasil com as simpatias dos Estados Unidos. Elementos naturais como a água, terra e flores são muito utilizados e realmente funcionam para os objetivos propostos. Mas uma coisa os surpreendeu mais, a repetição.
A repetição: o que é?
Quando falamos em repetição, estamos tratando das abordagens repetitivas das receitas de simpatias. Faça algo por 5 vezes ao longo de 4 dias, deixe isso uma noite sim outra não, dê 7 pulinhos, etc. Quando eles se atentaram a isso, eles também iniciaram algumas enquetes.
Mostrando aos entrevistados – brasileiros e americanos – algumas simpatias, a grande maioria respondeu que pensavam que aquelas que tinham mais repetições fossem as mais eficazes. Muitos acabaram mesmo tentando praticá-las em casa e, por forças provavelmente místicas e do pensamento, foram atendidos.
A explicação que os pesquisadores chegaram foi a de que quando notamos que algo foge à regra e apresenta algum grau de dificuldade e persistência, é porque possivelmente os resultados sejam mais assegurados. E é justamente nisso que a simpatia acaba sendo uma ótima pedida para as pessoas que realmente necessitam dela.
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Vantagens da simpatia
A realização de uma simpatia e o seu posterior sucesso dependem de vários fatores, entre eles podemos destacar, então:
- a repetição: como já dito anteriormente, a repetição ajuda a manter em prática um desejo e fazer com que a nossa própria mente já se habitue à concretização deste objetivo. Além de nos forçar a acreditar, a repetição também exercita o nosso caráter, promovendo em nós a paciência e esperança.
- a espiritualidade: quando somos seres espirituais, as coisas tendem a se realizar de maneira natural, isto porque nos conectamos com o mundo de maneira diferente e nos mostramos abertos às diversas portas que nos são abertas. A religião, nesse caso, pode ser muito benéfica, pois nos conecta com os nossos objetivos e nos aconselha em como alcançá-los.
- a força do pensar: muitos não sabem, mas a força do pensamento é de tamanha intensidade que até mesmo curas já foram constatadas pelo pensamento de um ente querido. Quando estamos em situações que se mostram muito complexas e até mesmo impossíveis, tendemos a acreditar na força do nosso pensamento e de como a esperança é a última que morrerá para nós. Com este processo cognitivo em alta, acabamos nos ligando à natureza e atingimos um pico de espiritualidade por onde as mãos de um médico não podem fazer mais nada. É neste momento que as simpatias se mostram úteis e extremamente poderosas em nossas vidas.
Ou seja, não é questão de aceitá-las ou descartá-las de nossa vida. As simpatias se mostram úteis para as pessoas que nela acreditam e dependem de seus feitos.
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