Em verdade, somos a soma de muitos
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Existe uma frase famosa do psicanalista e educador brasieliro Rubem Alves, que diz: “Não vemos o que vemos, vemos o que somos”. E isso vai se tornando cada vez mais real ao longo de nossa vida quando olhamos para nossas posturas e decisões. Talvez hoje você não teria aquela atitude que teve há dez anos na sua vida, mas são dez anos de experiências que separam no tempo daquele seu eu. E isso se reflete em todas as áreas, inclusive profissional.
Hoje trago o trecho de uma psicografia de Emmanuel, mentor do grande médium brasileiro Chico Xavier, em seu livro Pensamento e Vida. E trago justamente uma psicografia, porque vamos relacionar com o uso da mediunidade no ambiente profissional. Emmanuel diz que “somos a soma de muitos”. Mas vamos ver o trecho completo e o seu contexto, pois existe uma série de preconceitos no sentido de utilizar a mediunidade para o trabalho:
“Assim também na vida comum a alma entra em ressonância com correntes mentais em que respiram alma que se assemelham. Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. E que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamos com emoções e ideias de todas as pessoas encarnadas e desencarnadas de nossa faixa de simpatia. Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal segundo a direção que escolhemos. Em qualquer providência, em qualquer opinião, somos sempre a soma de muitos. Expressamos milhares de criaturas e milhares de criaturas nos expressam.” Livro Pensamento e Vida, capítulo 8.
Uma dúvida que começa a surgir em quem amplia a consciência para a vida além dos cinco sentidos é: posso usar mediunidade no trabalho? Será que os espíritos que falam comigo sobre a empresa são confiáveis? Será que posso pedir ajuda sobre o meu negócio?
Tem muita falta de entendimento sobre esse trecho de Emmanuel, na minha opinião. Ele aborda a associação mental e está dizendo que nosso pensamento funciona por identificação e conexão. Ou seja, toda vez que emitimos um pensamento, começamos a entrar em conexão com correntes metais que pensam da mesma forma.
Seu pensamento pode ser como os degraus de uma escada. Se você sobe três degraus, você vê uma coisa, se sobe 15, vai ver muito mais. O pensamento também forma uma egrégora quando nos sintonizamos e mantemos a consistência e a coerência ao longo do tempo.
Fala-se muito que para empreender é necessário persistência, isso porque a nossa insistência em determinados pontos podem ser atraídos ou repelidos. Mas vejam que ele fala “para o bem ou para o mal”. Como é uma lei, ela é neutra. O bem ou o mal é a decisão da consciência.
Portanto, a questão não é se você pode ou não utilizar a mediunidade no seu trabalho. A questão é o quão consciente você é disso. Porque mediúnica toda atitude é, tudo é reflexo desse intercâmbio entre o físico e o espiritual. É multidimensional. A questão não é fazer da mediunidade seu trabalho, mas fazer seu trabalho de forma mediúnica. Isso já é uma realidade.
Sabe aquele insight que você teve do nada? Aquela ideia que veio depois de tanto tempo pesquisando? É fruto da interação mental com a egrégora. O mais importante é aprender a nadar nesse mar da espiritualidade por si mesmo. Isso é parte da Autonomia que falamos no Círculo, a partir dos pilares Conhecimento, Movimento e Transformação.
Juliano Pozati
Veja também:
- 11 atitudes que potencializam a espiritualidade
- Coaching: do Céu ao Inferno
- Spiritual Wholeness: quando a espiritualidade alinha mente, corpo e espírito