As tatuagens na visão espiritual
“Fazer uma tatuagem significa mostrar na pele o que se esconde na alma”
Você certamente conhece alguém que tem um desenho gravado na pele ou talvez você mesmo tenha uma tatuagem, um desenho especial em alguma parte do corpo. Seja para marcar momentos importantes, fazer homenagens a entes queridos ou simplesmente para enfeitar o corpo, as tatuagens têm origens muito, mas muito antigas. Na verdade, desde antes de Cristo temos evidências que nossos antepassados tatuavam o corpo.
Já tem alguns anos que a tatuagem entrou na moda e que vem quebrando padrões e desconstruindo preconceitos, passando da repulsa a admiração. Até a bem pouco tempo atrás associada às gangues e criminosos, hoje vemos todo tipo de pessoas tatuadas: médicos, dentistas, advogados, biólogos, contadores, físicos… O mercado de trabalho também tem acompanhado essa tendência, pois atualmente são minoria as empresas e nichos que exigem que seus funcionários escondam as tatuagens ou que evitam contratar um profissional que tenha uma tatuagem. Como é de se esperar, toda construção feita em cima de preconceitos é ignorante e no caso das tatuagens, falamos de uma prática milenar, uma das formas de modificação do corpo mais antigas, conhecidas e cultuadas do mundo.
Breve história da tatuagem: antes de cristo até a modernidade
Existem provas arqueológicas que evidenciam a existência das primeiras tatuagens entre 4000 e 2000 a.C no Egito, Polinésia, Filipinas, Indonésia, Japão e Nova Zelândia, na maior parte das vezes em rituais ligados ao universo espiritual e religioso. Múmias tatuadas também foram encontradas em pelo menos 49 sítios arqueológicos, como: Groenlândia, Alasca, Sibéria, Mongólia, China, Sudão, Filipinas, Andes e ao longo da América do Sul. Ou seja, estamos falando de um fenômenos muito antigo e que era levado a sério pelos nossos ancestrais, sendo sinal de prestígio, ascensão social e poder religioso.
Na Europa Antiga e medieval também foram encontrados registros em grego sobre tatuagens, que datam do século V a.C. Neste caso, já estamos falando de um contexto onde as tatuagens saíram do âmbito religioso e de prestígio social, pois eram usadas para demonstrar propriedade e também penalizar escravos, criminosos e prisioneiros de guerra. Este foi, provavelmente, início do declínio da tatuagem no ocidente, que atingiu seu ápice lá na idade média quando, em 787, a Igreja Católica oficialmente considerou a tatuagem como uma prática demoníaca. Assim, temos um cenário na Europa medieval onde a tatuagem decorativa era desprezada, proibida e demonizada, muitas vezes considerada um sinal demoníaco ou de criminalidade.
Nos dias de hoje a tatuagem é usada como adorno, homenagem, expressão da individualidade, expressão política e militância ideológica, sendo muito comum encontrarmos pessoas que possuam pelo menos um desenho no corpo. Desde caveiras até corações, rosas e golfinhos, será que os símbolos e figuras que estamos eternizando no corpo possuem consequências espirituais e interferem em nossa energia?
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Perspectiva religiosa: a tatuagem e as religiões tradicionais
Saindo do universo espiritual mais geral, o que será que as religiões tradicionais pensam sobre as tatuagens? Será que elas apoiam? Será que proíbem?
Hinduísmo
Os hindus não tem problemas com tatuagens. Acreditam por exemplo que fazer uma marca na aumenta o bem-estar espiritual.
Judaísmo
As tatuagens são proibidas no judaísmo, baseado na proibição geral de modificações do corpo que não sejam feitas por razões médicas.
Cristianismo
O cristianismo é o grande responsável pelo declínio da tatuagem tribal e demonização de qualquer tipo de tatuagem na europa da idade média, provavelmente querendo combater o paganismo e preservar a o poder e expansão da ideologia cristã. Mas essa proibição não era geral: alguns grupos cristãos como os Cavaleiros de São João de Malta tinham o costume de se tatuar, apesar da igreja proibir a prática.
Mórmons
Os mórmons acreditam que o corpo é um templo sagrado, conforme o Novo Testamento, então orientam os fiéis a deixarem seus corpos limpos e desencorajando totalmente a prática da tatuagem.
Islamismo
Tatuagens são proibidas no Sunismo, mas permitidas no Xiismo.
Espírito marcado: cuidado com os símbolos que escolhe tatuar
Será que a tatuagem marca, além da pele, o nosso espírito? O espiritismo tem uma visão bem peculiar sobre o tema. Segundo Divaldo Franco, as pessoas que se tatuam são espíritos primários e que carregam lembranças pretéritas envolvendo o belicismo. Allan Kardec diz que as imagens incrustadas no corpo refletirão a sintonia espiritual com entidades densas ou sutis, de acordo com a vibração que o desenho escolhido emana. Especialmente quando a imagem e a ligação que ela estabelece é extremamente pesada e densificada, tende a ser gravada também no perispírito, pois ela reflete o pensamento do espírito e acaba se refletindo no corpo perispiritual. Assim, podem até ser refletidas em reencarnações futuras através das conhecidas marcas de nascença ou também como enfermidades cutâneas. Já quando o desenho traz uma energia mais sutil, uma ligação com algo religioso ou um amor por um ente querido, a tendência é de não se fixarem no perispírito e reverberarem as energias sutis e de amor que emanam.
Haviam, ainda, povos antigos que realizavam rituais envolvendo tatuagens. Eles acreditavam que determinados símbolos tinham o poder de aprisionar o espírito no corpo após a morte, evitando que ocorresse a libertação da alma que o desligamento ocasiona. Então, como forma de tortura, tatuavam seus inimigos para garantir que seus espíritos nunca mais saíssem de seus corpos, vivendo eternamente presos ao corpo material morto e evitando que se reencontrassem no universo espiritual.
Ou seja, podemos concluir que mais do que o ato de tatuar, o que importa mesmo é o sentimento que o desenho desperta no dono e a energia que ele atrai. O significado que possui também deve ser levado em conta, pois vai emanar e atrair determinada energia. Pesquisar o significado especialmente de símbolos é muito importante para evitar passar vergonha ou tatuar um desenho que tenha uma energia negativa.
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Escolhendo o local do corpo
Sabendo que especialmente os símbolos podem puxar energia para nós, será que o local onde escolhemos tatuar determinado símbolo tem alguma influência em nosso campo energético?
Alguns esotéricos acreditam que sim. A nuca por exemplo é um local que absorve muita energia externa, sendo um ponto energético importante do corpo. Um pessoa que já tem uma tendência a absorver energias externas, como um médium esponja por exemplo, jamais deverá tatuar na nuca símbolos que facilitem essa absorção, como o OM por exemplo, símbolo que permite a abertura e expansão, potencializando ainda mais a tendência da pessoa absorver energias dos ambientes e das pessoas.
Um outro exemplo que podemos citar é a lua, desenho muito comum e muito procurado para tatuagens. A Lua é um astro belíssimo, com extremo significado para os humanos e que exerce forte influência em nossas vidas. Porém, ela potencializa a emotividade, não sendo recomendada para pessoas com problemas afetivos e emocionais, pois o desenho pode potencializar ainda mais essa característica.
Outro cuidado que deve se tomar é evitar tatuar símbolos, em partes do corpo que ficam sobre órgãos vitais ou onde se localizam chakras. A energia do desenho pode influenciar as energias naturais do corpo e também dos chakras, por isso é importante pesquisar bastante antes de decidir.
E aí, está pensando em fazer uma tatuagem? Não esqueça de pesquisar o significado espiritual do desenho e o local do corpo onde pretende tatuar.
“Tatuagem (s.f)
é cicatriz que a alma fecha, é marca de nascença que a vida esqueceu de desenhar, e a agulha não. é quando o sangue vira tinta. é a história que eu não conto em palavras. é o quadro que eu resolvi não pendurar na parede da minha casa. é quando eu visto a minha pele nua com arte.”
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