Technostress: como a tecnologia pode nos prejudicar?
O technostress é uma consequência psicológica negativa, causada pelo contato com a tecnologia. As pessoas experimentam o technostress quando não conseguem se adaptar ou lidar com a tecnologia de forma saudável. Elas se sentem compulsivas por estarem conectadas a todo o tempo, se veem na obrigação de responder informações relacionadas ao trabalho em tempo real e assim, mergulham em uma rotina de multitarefas que não faz nada bem.
O technostress é uma questão relevante quando pensamos em uma sociedade cada vez mais hiperconectada. E, apesar da pesquisa científica sobre assunto ainda estar se desenvolvendo, é muito importante falar sobre isso. Entenda melhor sobre a doença neste artigo.
Clique Aqui: FOMO – O síndrome ligado à dependência de redes sociais
Afinal, o que é o technostress?
Como o technostress é um fenômeno recente, não é totalmente compreendido ainda. De acordo com Craig Brod, um líder no campo da pesquisa da área, o technostress é “uma doença moderna de adaptação causada por uma incapacidade de lidar com as novas tecnologias de computador de uma maneira saudável.” A doença pode se apresentar de duas maneiras: quando as pessoas têm dificuldade de aceitar a tecnologia ou quando se identificam demais e ficam totalmente imersas nela.
Existem diversas formas de impacto deste fenômeno em nossas vidas. Identificou-se, por exemplo, um tipo de fobia que as pessoas sentem quando não estão com seu telefone celular. A doença pode ser causada não apenas pela tecnologia em si, mas pelo sentimento de urgência dos usuários, por terem um mundo de informações ao alcance de suas mãos. Seja qual for a sua manifestação, o technostress pode afetar a forma como as pessoas vivem, trabalham e se divertem.
“Qualquer impacto negativo nas atitudes, pensamentos, comportamentos ou fisiologia corporal que seja causado direta ou indiretamente pela tecnologia”.
Quais são os sintomas?
Quando uma pessoa está sob o efeito do technostress, pode se sentir oprimida. Estudos mostram que quem sofre com este distúrbio pode desenvolver um comportamento viciante e até ter sintomas parecidos com os da abstinência química.
Os sintomas da doença podem ser físicos, emocionais, mentais, entre outros. Veja alguns deles a seguir.
Sintomas físicos:
- Dificuldade para dormir;
- Dor de cabeça;
- Músculos doloridos nas áreas dos ombros, costas e pescoço;
- Incapacidade de relaxar.
Sintomas mentais
- Erros frequentes no trabalho;
- Dificuldade de concentração;
- Baixa auto estima;
- Esgotamento mental;
- Atitudes negativas.
Sintomas emocionais
- Pânico;
- Ansiedade;
- Sentimentos de frustração e isolamento;
- Irritabilidade;
- Raiva.
O technostress com certeza vai continuar sendo um tópico muito importante em diversos campos, inclusive na psicologia.
Como acontece o technostress?
A doença pode ser causada pela incapacidade dos seres humanos de se adaptarem a tecnologias cada dia mais avançadas. Um estudo realizado com universitários mostrou que níveis aumentados do problema estavam presentes devido aos seguintes fatores:
- Inexperiência do indivíduo com determinadas tecnologias;
- Falta de treinamento para lidar com novas tecnologias;
- Condições de trabalho insuficientes;
- Sobrecarga de informações;
- Ritmo acelerado de mudanças tecnológicas;
- Intimidação em relação a jargões e linguagem relacionadas ao computador;
- Presença de múltiplas interfaces de tecnologia;
- Ansiedade de desempenho em relação ao uso de tecnologia.
Outro fator que contribui para o desenvolvimento do technostress é uma linha cada vez mais tênue entre trabalho e casa. À medida que as pessoas possuem seus smartphones e outros dispositivos móveis, fica mais fácil levar seu trabalho para fora do escritório. Isso pode levar a níveis elevados de esgotamento e exaustão.
Os smartphones ainda são considerados discordantes do cérebro humano e vários estudos levantam conflitos entre eles:
- O envolvimento mental com o trabalho centrado na tela leva a um aumento de fadiga;
- Tela azuis interrompem os padrões naturais de sono;
- Usuários de smartphones possuem menor capacidade de memória;
- Depender do GPS pode reduzir a atividade do hipocampo, que é uma parte do cérebro associada ao senso de direção humano.
Apesar desses resultados serem relevantes, o estudo do technostress ainda está em uma fase inicial. A compreensão profunda desse fenômeno vai exigir muitos esforços e estudos. Porém, a notícia boa é que tem como evitar a doença.
Como prevenir?
Apesar de parecer assustador no primeiro momento, prevenir e minimizar os efeitos do technostress não é tão difícil. O principal objetivo da prevenção é desacelerar, através de pausas conscientes da conectividade constante.
Algumas estratégias são:
- Desenvolver a autoconsciência no uso da tecnologia;
- Evitar a multitarefa;
- Fazer exercícios físicos constantemente;
- Se dedicar a um hobby que não envolva tecnologia e telas;
- Evitar a interação digital em determinados horários do dia, como durante as refeições e antes de dormir;
- Desligar os dispositivos digitais quando não estiverem em uso;
- Traçar uma linha clara em seu emprego sobre o uso da tecnologia fora do horário do trabalho.
Em determinados casos, o problema pode ser um pouco mais sério. Acredita-se que 6% da população mundial é viciada em internet. Um vício total em tecnologia pode exigir uma abordagem mais completa. Pessoas que precisam de uma ajuda mais reforçada podem tomar as seguintes medidas:
- Fazer uma desintoxicação de 72 horas completas sem tecnologia;
- Traçar um plano para modificar seu comportamento;
- Reintroduzir a tecnologia lentamente, focando em um uso mais saudável.
Também pode ser necessário um acompanhamento psicológico em alguns casos.
Saiba mais :