Tragédias coletivas: resgates kármicos em grupo
De tempos em tempos, somos surpreendidos por tragédias coletivas que promovem grande impacto em nós, causando reflexão, questionamentos e tristeza. Desastres aéreos, incêndios, tiroteios, terrorismo. Quando maior o número de mortes, mais chocados ficamos e mais questionamos o motivo pelo qual esse tipo de coisa acontece. É da natureza humana querer atribuir sentido à tudo, mas quando se trata de grandes tragédias, fica mais complicado lidar com a sensação de revolta e pesar. Como conciliar esses fatos com a ideia de plano, de providência, de harmonia universal?
Mas não deveria ser assim, já que, se em todos os outros momentos temos fé e acreditamos no plano divino e na atuação da espiritualidade, porque então quando estamos frente a uma tragédia coletiva a nossa cabeça parece dar um nó? Não existem fatalidades, não existe azar. Tudo está sempre certo, especialmente a morte. Ninguém morre de véspera, já diziam nossas sábias avós.
Karma coletivo – resgate do grupo
O que ocorre é que estamos exatamente na hora e no lugar certo de acordo com nosso karma, com nossa vibração, dessa encarnação e também de acordo com resgates kármicos que trazemos de vidas passadas. Depende da situação e cada caso é um caso, não tem como generalizar.
“Seus pensamentos, atitudes e crenças do passado lhe trouxeram a esse momento e todos os momentos até chegar a esse. O que você agora escolhe pensar, acreditar e dizer criará o momento seguinte. É uma roda infinita de karma e dharma se abrindo e fechando. O saldo fica por sua conta”
Mas repare: mesmo nas tragédias, podemos observar pequenos milagres e coincidências inexplicáveis, onde vemos com clareza a atuação de Deus. Pessoas que deveriam embarcar num determinado voo, mas que por causa de um trânsito inesperado, porque voltaram para casa para buscar algum objeto ou porque dormiram e perderam a hora, não embarcam. Já houve casos onde o passageiro chegou segundos após o fechamento dos portões e ainda estava discutindo com funcionários da companhia aérea, quando presenciou o acidente com a aeronave que ele iria embarcar. Uma experiência chocante e ao mesmo tempo transcendental. Para esses casos conseguimos dizer “deus salvou”, como se no caso de quem morreu, Deus houvesse esquecido daquelas pessoas.
Só está no acidente quem de fato deveria estar. Ninguém mais, ninguém menos. Isso chama-se resgate coletivo, uma forma pela qual Deus e a espiritualidade age para fazer com que a justiça divina possa agir e o mecanismo da vida continuar sempre em evolução. O grupo de espíritos que morre em grandes tragédias coletivas têm alguma ligação kármica, por isso desencarnam juntos. A afinidade vibracional se dá pelos atos cometidos, muitas vezes em conjunto, outras vezes sendo a ligação estabelecida pela semelhança dos atos pretéritos de descumprimento das leis divinas.
Lei da Ação e Reação
Uma das leis divinas que agem sobre o mundo da matéria é a Lei da Ação e Reação. Basicamente, tudo aquilo que fazemos gera um efeito, seja ele positivo ou negativo.
Colhemos aquilo que plantamos, sempre. Não há injustiças e nem castigos, mas sim a colheita. E nós mesmos enquanto consciências participamos desses planos, da delineação do nosso “destino” em uma determinada encarnação.
As tragédias são, na verdade, grandes oportunidades de resgate e crescimento para um espírito. Como acontecem de forma rápida, não há dor nenhuma e o desenlace da alma ocorre em questão de segundos. As proporções que as tragédias tomam são muito maiores do que ocorre na realidade. Em termos de sofrimento, de dor física mesmo, muitas vezes sofre muito mais quem precisa carregar um corpo doente por meses, às vezes anos, do que aqueles que morrem num acidente trágico. Sem nem perceber, já acordam no mundo espiritual e são assistidos pelos amigos e mentores. Dependendo das proporções da tragédia, ficam desacordados durante um período suficiente até que as energias de lamento, tristeza e revolta dos que ficaram seja mais suportável para o desencarnado, para que ele possa seguir seu caminho evolutivo espiritual sem sofrer as interferências desse tipo de energia.
“Mas eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses”
Quando falamos em Ação e Reação, o livre arbítrio que temos para tomar nossas decisões é o responsável por nos incluir ou nos “salvar” das tragédias. Por isso, algumas pessoas tem sim um resgate kármico com aquele grupo de espíritos que sofreram desastre, mas como por milagre, essa pessoa se salva. Não tem muito tempo vimos isso acontecer com o acidente com o avião da chapecoense, onde 71 pessoas morreram mas 6 se salvaram.
Não é sorte, nem acaso. São leis divinas. No caso dos sobreviventes, uma transformação de vida é um dos preços que eles pagam por receberem a oportunidade desse resgate e de continuar com o plano da encarnação.
Psicografias de Chico Xavier que explicam algumas tragédias
Chico Xavier foi um dos maiores médiuns do Brasil e do mundo, que nos deixou uma obra imensa e fonte inesgotável de renovação da fé e conhecimento. Em algumas de suas psicografias, Chico cita algumas tragédias conhecidas e revela os motivos que levaram ao acontecido, da perspectiva espiritual, nos ajudando a compreender que de fato nada acontece ao acaso e tudo tem uma razão de ser.
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Incêndio no Gran Circo Norte-Americano
Em 17 de dezembro de 1961 em Niterói, um incêndio criminoso ceifou 503 vidas de uma única vez e deixou mais de 800 pessoas feridas, no maior circo da América Latina.
No livro “Cartas e Crônicas”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, o Espírito Humberto de Campos relata a causa do acidente explicando que no ano 177 da era cristã, Marco Aurélio reinava no império romano. Em determinada altura, chegou a notícia da visita de um famoso guerreiro, o Lúcio Galo, a quem Marco Aurélio decide homenagear. A homenagem era queimar milhares de cristãos num espetáculo terrível. Durante horas, mais de mil pessoas vasculharam residências humildes e, no dia seguinte, foram formadas filas de mulheres e criancinhas que encontraram a morte, queimadas nas chamas ou despedaçadas pelos cavalos em correria.
Quase dezoito séculos se passaram até que esse resgate fosse organizado. A justiça divina através da reencarnação, reaproximou todos os responsáveis que reuniram de novo para esta dolorosa expiação, onde tiveram a chance de zerar este karma e limpar suas consciências e sua jornada evolutiva.
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Edifício Joelma
Tragédia muito conhecida que ocorreu em São Paulo, em 1º de fevereiro de 1974, onde um grande incêndio no edifício Joelma deixou 188 mortos.
O Espírito Cyro Costa e Cornélio Pires se manifestam por psicografia e deixaram dois sonetos que revelavam a causa das mortes em massa no incêndio. As vítimas resgataram os “derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas”.
“A morte não é nada para nós, pois, quando existimos, não existe a morte, e quando existe a morte, não existimos mais.”
Seja como for, de forma coletiva ou individual, em desastres, doenças ou velhice,todos encontramos a morte em algum momento. Para nossa sorte, ela só é ruim para quem fica. Nós mesmos, quando morremos, somos libertos e não sentimos esse pesar.
Devemos aproveitar a vida enquanto estamos vivos, especialmente a companhia daqueles que amamos, pois nunca sabemos quando será o momento da despedida.
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