Tutorial da Meditação #03 — A Postura, por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Depois de escolher a técnica certa e ter mais clareza tocante aos motivos que levam à meditação, vamos, nesse texto, dar mais um passo, e enfrentar uma questão que vez ou outra é objeto de algumas dúvidas.
Importante recordar, caso o amigo leitor tenha chegado aqui sem ter visto os tutoriais anteriores (leia, clicando aqui) que estamos tratando das técnicas de meditação, dos aspectos necessários para que o meditador não apenas comece, mas sobretudo mantenha-se na prática.
Isso posto, avancemos.
Por que é importante conhecer bem a técnica que iremos praticar?
Porque cada método possui sua próprias bases e forma de execução. As técnicas não nasceram ontem, elas não surgiram do nada, do dia pra noite. Esses exercícios possuem dois, três mil anos. Talvez até mais.
Uma curiosidade.
As técnicas de meditação que conhecemos hoje derivam, direta ou indiretamente, de um antigo livro cuja autoria não se sabe ao certo, chamado Vigyan Bhairav Tantra. Estima-se que essa obra tenha seis ou sete mil anos e foi o OSHO quem trouxe essas meditações ao conhecimento público através de seu Livro dos Segredos, com seis volumes e cento e doze técnicas de meditação diferentes.
Alguns fenômenos que vemos hoje, como dar um novo nome a algo é apenas um evento moderno; uma coisa que está na moda. Temos ouvido falar em muito em mindfulness, que aliás foi uma péssima escolha. O que é isso? Nada mais que um conjunto de exercícios emprestados do budismo, do yoga e do zen. Não é novo. Apenas a roupa é nova. Uma capa criada para vender o produto.
A propósito, amigo leitor, esse espaço gentilmente cedido pelo WeMystic é para levar informação de qualidade a você. Eu não pretendo lhe vender nada e, quando escrevo, faço de meditador para meditador, sem intermediários e sem filtros.
Voltemos ao nosso tema.
Se você vai praticar zazen (meditação budista, passiva), a orientação é que esteja sentado, com a coluna ereta, pernas cruzadas e um olhar suave para baixo com os olhos entreabertos. Ao contrário, se você escolheu uma meditação ativa como as do OSHO, que podem ter intensos movimentos do corpo, obviamente, não servirá de nada ficar sentado em posição de lótus.
Então, postura é algo que se relaciona com a técnica em si.
Nesse momento, talvez lhe surja a seguinte pergunta: e se eu quiser ficar apenas sentado em silêncio, que postura devo adotar?
A mais cômoda, certamente.
Lembre-se, sempre que não houver nenhuma prescrição, a melhor postura é sempre aquela em que o corpo fique mais confortável.
Sentar-se silenciosamente pode ser uma das meditações mais poderosas. Simplesmente observando, estando, sendo. Você está ali na sala de casa, em sua poltrona preferida, escutando os sons ao redor, algum aroma, sentindo talvez uma leve brisa tocar a pele. Com atenção aos sentidos e os sentidos operando em equilíbrio, sem sobreposição.
Tirar alguns minutos para apenas ‘ser’ pode ser muito valioso e transformador. Nesse caso, nenhuma postura específica é necessária. Procure a posição onde não exista tensão no corpo. Quanto menos ‘lembrarmos’ dele melhor. Ele deve ir desaparecendo pouco a pouco, até que não reste nada além de algumas sensações e, quiçá, nem isso.
Será necessário um certo esforço no começo da ‘vida de meditador’. Alguma disciplina, entender a prática como um certo tipo de treinamento. O organismo corpo-mente precisa passar por um processo de adaptação; muitas mudanças físico-químico-biológicas ocorrerão. Durante esse período, resiliência é o fundamento básico.
Em suma. Ocupe-se em entender bem a técnica e executá-la da melhor maneira possível.
Seja assertivo, dedicado e coloque toda sua energia.
Plante, regue e cuide da terra que o florescer seguirá naturalmente.
Tem dúvidas? Sugestões? Deixe um comentário ou entre em contato conosco.
*esse texto é de responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic.
** para sua segurança e melhores resultados consulte sempre um profissional de meditação.
*** as técnicas de meditação não substituem orientação ou tratamento dos médicos, nutricionistas, psicólogos e demais profissionais da saúde.
Fontes: Positive Psychology | OSHO | Livro: Meditação, a primeira e última liberdade. OSHO. Sextante. 1998.
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