Tutorial da Meditação #05 — Sentidos (Parte 1), por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Nos artigos anteriores, falamos sobre o interesse na meditação, os motivos que nos levam à ela, postura, local e horário para meditar e alguns outros pontos que tendem a ajudar aquele que quer dar os primeiros passos na prática meditativa.
Nesse artigo falaremos dos sentidos.
Não os sentidos no ‘sentido’ geográfico.
Mas sim o substantivo, substancial, que segundo o dicionário é a faculdade de perceber uma modalidade específica de sensações.
Sensações tais que ocorrem no corpo.
E que, essencialmente, como se sabe, são: olfato, visão, paladar, tato e audição. E há aquele que o Buda Gautama classificou como sexto sentido: a mente.
Sendo assim, temos cinco sentidos relacionados com o corpo humano, e mais a mente, que podemos dizer, apenas para contextualizar, relacionada ‘indiretamente’ com o corpo humano.
Os cinco sentidos são bem objetivos, palpáveis, materiais. Já o sexto é subjetivo, mas igualmente pode ser notado do ponto de vista daquele que observa.
Façamos juntos essa pequena meditação
Nesse instante, caro amigo leitor, você pode fazer um simples experimento e comprovar o que estamos dizendo. Ajeite-se na cadeira, ou sente-se no chão. Alinhe a postura, encontre uma posição em que o corpo não sofra, onde não haja dor ou tensão.
Feche os olhos e dirija sua atenção para a audição. Tente ficar apenas com os ruídos, os sons, o barulho do ambiente, ou o que quer que seja que esteja ocorrendo onde você está no momento. Tente se concentrar apenas na audição. Perceba que, ao se concentrar em ouvir, você praticamente esquece dos outros sentidos. Talvez fique tão absorto com os sons que não sinta mais nada, nem o toque, o cheiro, nada. Permaneça concentrado na audição por alguns minutos e abra os olhos.
Agora, com os olhos abertos, observe novamente o ambiente em que está. As cores, os detalhes, as texturas. Ao mesmo tempo, sinta a temperatura, verifique se há alguma corrente de ar tocando seu corpo. Sinta o cheiro do lugar, observe o ar entrando e saindo pelas narinas.
Ouça novamente os sons.
Tente, nesse instante, usar todos os sentidos conjuntamente.
Um segundo é suficiente.
Veja se é possível ficar absolutamente atento a todos os sentidos, ao mesmo tempo.
(((A meditação terminou)))
Se você conseguiu realizar a experiência acima talvez tenha notado uma sutil diferença. Caso contrário, repita o processo. Faça mais algumas vezes.
Na primeira parte, enquanto concentrado apenas em ouvir, havia uma limitação. Um dos sentidos sendo percebido com máxima atenção e os outros praticamente esquecidos.
Em seguida, quando abriste os olhos e dirigiste a atenção para todos os sentidos por igual, houve uma expansão, uma abertura, uma ampliação.
Conseguiu notar isso?
Pois essa pequena experiência demonstra como estamos levando nossas vidas, como estamos nos movendo no mundo.
Não é fato que estamos com os sentidos operando em desequilíbrio? Não temos sido muito mais visuais, por exemplo? Dirigindo toda a atenção aos milhares de estímulos que nos são oferecidos? Equipamentos, celular, tablets, video-game, todos os devices em geral…
Observe em si.
Observe seus filhos. Os jovens. Olhe como estão cada vez mais absortos com esse tipo de coisa.
Agora, proponho outra reflexão.
Os pensamentos, decorrentes do sexto sentido. Os pensamentos, de igual maneira, não absorvem toda nossa atenção? Muitas vezes não nos ‘pegamos’ após vários minutos mergulhados em alguma história mental, cegos, surdos e insensíveis para qualquer coisa que estivesse acontecendo no momento? Alguém já lhe perguntou: em que mundo você está? Ei, responda, onde você está? Você já saiu de casa alguma vez pensando em algo, continuou andando pela rua pensando e pensando, pensando, envolvido com aquela história e, de repente, chegaste a seu destino sem lembrar nenhum detalhe do caminho, como se tivesse sido na verdade transportado de um lugar ao outro em um passe de mágica?
Isso tem acontecido com você?
Tem dúvidas? Sugestões? Deixe um comentário ou entre em contato conosco.
*esse texto é de responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic.
** para sua segurança e melhores resultados consulte sempre um profissional de meditação.
*** as técnicas de meditação não substituem orientação ou tratamento dos médicos, nutricionistas, psicólogos e demais profissionais da saúde.
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