Ventosaterapia – o tratamento que reduz dores e previne lesões
Aqui no Brasil, ela começou a popularizar em meados de 2016, durante os Jogos Olímpicos. Neste período, muitos atletas, como nadadores e ginastas, foram vistos com grandes marcas circulares e roxas em seus corpos, despertando atenção e um certo espanto aos espectadores. Esses hematomas sobre a pele são nada menos que consequências da ventosaterapia.
Aparentemente agressiva, a terapia parece demasiada apenas a um primeiro contato. Para os atletas, seu uso frequente promovia o alívio de dores causadas pelo treinamento excessivo. E principalmente por esse fator, essa vertente da acupuntura é frequentemente utilizada para tratar lesões de cunho atlético – sejam elas agudas ou crônicas.
Como funciona o tratamento com ventosaterapia
A ventosaterapia é uma modalidade conhecida da Medicina Tradicional Chinesa, e data sua origem há pelo menos dois mil anos. No entanto, o uso de ventosas para tratamentos médicos foi observado muito antes disso. Através do Papiro de Ebers, um dos mais antigos livros de medicina do mundo, em 1.550 a.C. os antigos egípcios já descreviam a terapia.
Popularizada no ocidente, as sessões de ventosaterapia consistem em um tratamento a partir do vácuo formado dentro de ventosas. Sobre a pele do paciente sobre uma maca, esse mecanismo resulta num aumento da circulação sanguínea do local, ocasionado pela dilatação arterial. Como resultado, há uma maior oxigenação dos tecidos, maleabilidade dos músculos e liberação de toxinas.
Para começar o tratamento com as ventosas, é preciso descobrir a área a ser tratada e hidrata-la através de óleos vegetais ou cremes hidratantes. Esse procedimento é fundamental para que as ventosas deslizem sobre a pele. Esse deslizamento, além de amenizar o aparecimento de hematomas, permite atingir pontos de acupuntura ou meridianos, após o vácuo.
Após a hidratação, as ventosas são aplicadas, podendo estas serem de três formas mais comuns. Veja como funciona cada tipo de ventosa:
- Copos de silicone: Esse é o método mais prático, onde basta pressionar o copo com os dedos, colocar sobre a pele e soltar. O vácuo em seu interior suga a pele e fixa no copo.
- Copos de vidro: Essa é a maneira mais tradicional do método. Nele, uma vela é acesa e sua chama é posta dentro do copo. Imediatamente, coloca-se o copo sobre a pele. O vácuo é formado quando o oxigênio dentro do copo é consumido.
- Ventosas eletrônicas: Esse é um método bastante controlado de se fazer a pressão sobre a pele. Nele, basta posicionar as ventosas nos locais a serem tratados e então ligar o aparelho, indicando o vácuo que deseja utilizar.
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Os benefícios da ventosaterapia
Na China, a terapia é principalmente utilizada para o tratamento de doenças respiratórias, como asma, bronquite e congestão. Mas também amplia seu leque a problemas osteoarticulares, gastrointestinais e outros tipos de dor.
No entanto, seja no ocidente ou oriente, o tratamento pertencente a Medicina Tradicional Chinesa tem também como objetivo reenergizar a energia vital do paciente. Ou seja, comumente as ventosas são aplicadas com um propósito: realinhar os meridianos e atingir determinados pontos de acupuntura.
Em comparação com tratamentos habituais, através de analgésicos, anti-inflamatórios e demais cuidados alopáticos, a ventosaterapia demonstrou efeitos positivos para dores lombares, oncológicas, neuralgia trigeminal e braquialgia parestésica, por exemplo.
Quando aliada a acupuntura tradicional, a ventosaterapia se mostrou muito eficaz também no tratamento de doenças como a herpes zoster, acne, paralisia facial e espondilose cervical. No caso dos atletas de alto rendimento, como o recordista Michael Phelps, a terapia ganhou os holofotes ao ser direcionada para o tratamento de dores, reabilitação músculo esquelética, bem como na prevenção de lesões.
Para fins estéticos, o tratamento com ventosas vem sendo muito utilizado para a redução de celulites e até mesmo estrias. Agora, se você é uma vítima do estresse cotidiano, as ventosas podem ser grandes aliadas no alívio de dores no pescoço, costas, rigidez muscular, ansiedade, enxaquecas, reumatismo, fadiga e até mesmo no tratamento da depressão.
Agora, em casos de manutenção da boa saúde e relaxamento, a terapia com ventosas também promove diversos resultados positivos. São alguns deles:
- Melhora da circulação sanguínea no local de tratamento;
- Elimina contraturas musculares e pontos gatilho;
- Promove a nutrição dos músculos;
- Relaxa o corpo e acalma a mente;
- Fortalece os vasos sanguíneos;
- Aumenta a produção do líquido sinovial das articulações.
Quanto tempo dura uma sessão?
Em geral, o tempo de aplicação das ventosas varia de 5 a 15 minutos, e podem ser colocados diversas ventosas sobre o paciente ao mesmo tempo. As sessões podem ser realizadas isoladamente para tratar casos pontuais, ou em até 8 sessões, espaçadas em uma vez por semana, consecutivamente.
Ao fim desse período, caso o paciente ainda sofra com as condições iniciais, deve passar por uma nova avaliação, já que a pele pode estar mais flácida que ao primeiro dia do tratamento.
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Efeitos colaterais da ventosaterapia
Como já se pôde perceber, os efeitos colaterais do uso da ventosaterapia estão especialmente relacionados ao aparecimento de hematomas, inchaço e, em alguns casos, até mesmo uma leve queimadura. Essas são reações normais ao tratamento, e devem desaparecer automaticamente dentro de 2 a 5 dias.
Algumas pessoas também relatam sensações de formigamento e dor na região de aplicação. Esses efeitos costumam desaparecer logo nas primeiras horas após a sessão. Fique atento a pressão aplicada pelo terapeuta com as ventosas. Se muito pressurizadas ou paradas por muito tempo sobre a pele, podem surgir bolhas de sangue no local. Nesse caso, o tratamento deve ser interrompido.
Se a terapia estiver sendo realizada durante o período menstrual, é possível que o fluxo sanguíneo fique mais intenso após a sessão. A urina também pode ficar mais escura que o normal. Esses efeitos desaparecem em poucos dias.
Para amenizar os efeitos, é aconselhável que o paciente tome um banho morno e massageie a região que foi tratada com um pouco de óleo de rosa mosqueta.
Contraindicações
Apesar de uma medicina alternativa e bastante simples, a ventosaterapia apresenta algumas contraindicações, principalmente devido ao seu intenso poder de vácuo sobre a pele. Com isso, pessoas com problemas como trombose, tromboflebite, varizes, hemofilia, ou estejam com febre, infecções, feridas, grávidas, ou com fraturas no local do tratamento.
Pessoas que precisam da terapia na região abdominal devem estar atentas a predisposições a hérnias nesse local, pois a o tratamento pode favorecer a instalação da mesma. É preciso ter atenção ainda a pacientes hipertensos, aos que acabaram de praticar exercícios e ainda a aplicação sobre áreas pobres de camadas musculares.
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