Joan Quigley: uma vidente na Casa Branca
São muitas as histórias de governos, reis e até mesmo organizações policiais que usaram os dons extrafísicos de videntes para se orientar, tomar certas decisões, e no caso da polícia, desvendar crimes e obter mais informações sobre o paradeiro de vítimas e criminosos. Mas, seria possível que a Casa Branca, sede oficial do poder executivo dos Estados Unidos tenha se valido das orientações de uma vidente?
Sim. Até mesmo um governante da nação mais poderosa do planeta se rendeu à sedução dos poderes de vidência de uma esotérica.
“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”
Joan Quigley era uma vidente e astróloga que atuava para a Casa Branca, especialmente para o então presidente Ronald Reagan e sua esposa, Nancy Reagan. Com receio do julgamento social, foi feito um acordo de confidencialidade entre eles, cujo pilar era manter em segredo essa relação. De acordo com a revista Time, nenhum tipo de aparição presidencial era feita sem antes consultar Quigley. Foi ela quem o aconselhou, por exemplo, que o dia 14 de fevereiro de 1987 seria uma ocasião perfeita para a assinatura do tratado de forças nucleares.
Infelizmente, a informação de que os Reagan estavam usando uma vidente vazou, e causou grande repercussão midiática e social. Foram muitas críticas e a ridicularização da relação fez com que o assunto fosse silenciado e esquecido até hoje.
História de Joan Quigley
Joan Ceciel Quigley nasceu em abril de 1927, em Kansas City, Missouri. Estudou astrologia e essa era sua principal atividade, embora fosse também médium. A história de Quigley com a casa Branca começa em 1981, quando John Hinckley tenta assassinar Ronald Reagan. Sua esposa Nancy então convoca Quigley para prestar serviços à casa branca e servir de conselheira aos Reagan, tanto na esfera executiva quanto privada.
Quigley conheceu Nancy na década de 70, no The Merv Griffin Show. Após o atentado sofrido por seu marido, Nancy questiona a vidente se ela seria capaz de ter feito essa previsão e evitado esse atentado, ao que ela responde afirmativamente. Anos mais tarde, quando questionada sobre essa relação dos Reagan com uma vidente, Nancy diz: “Muito poucas pessoas conseguem entender como é ter seu marido morto e quase morrer, e depois expô-lo a enormes multidões, dezenas de milhares de pessoas, onde qualquer um pode ser um lunático com uma arma… Eu estava fazendo tudo que eu poderia pensar para proteger meu marido e mantê-lo vivo”.
Joan Quigley discutiu seu relacionamento com Nancy Reagan em um livro intitulado What Does Joan Say?, onde escreveu: “desde os tempos dos imperadores romanos, e nunca na história da presidência dos Estados Unidos, um astrólogo desempenhou um papel tão significativo nos assuntos de Estado”.
Revelação da estreita relação dos Reagan com Quigley: o fim
Em maio de 1988, a imprensa chocou o mundo ao revelar a relação entre a presidência dos Estados Unidos com uma vidente e astróloga, a quem creditavam aconselhamentos importantes. Essas revelações foram feitas pelo irmão do presidente Reagan, Donald Reagan, provavelmente em função de desentendimentos pessoais e familiares. Na época, Donald Reagan era chefe de pessoal na Casa Branca. Seu antecessor no cargo Michael Deaver teria se submetido a uma série de mudanças na rotina de trabalho devido à orientações de Quigley, o que deixou Donald bastante irritado. Obviamente, ele se recusava a fazer o mesmo e via com extremo desdém o trabalho de Quigley. Ele considerava humilhante seguir orientações de uma vidente e recorrer a algo “tolo” como a astrologia para governar um país de tamanha importância como os Estados Unidos.
“Quando você não pode fazer as pessoas verem a luz, faça-as sentir o calor”
Entretanto, a relação da família Reagan com o mundo esotérico já vinha de longa data. Desde que eram ainda celebridades do cinema nos anos 50. Já nesta época eram famosos por circular nos mesmos ambientes que celebridades esotéricas como Carrol Righter e Jeane Dixon, uma conselheira pessoal de Nancy Reagan durante muitos anos. Ao que parece, Nancy sempre foi mais inclinada aos assuntos esotéricos que Ronald, mas ele nunca contestou as opiniões da esposa e sempre a deixou livre para tomar decisões dessa natureza, mesmo quando ele mesmo estava incluído nessas escolhas.
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A fama antes da fama
Quigley já desfrutava de uma carreira muito próspera como astróloga antes de conhecer a família Reagan. Pelo que se sabe, ela parecia ter uma predileção especial pelos ricos e famosos, focando neste público alvo a oferta de seus serviços. Foram anos e anos desenhando mapas astrais e fazendo previsões sobre a vida de celebridades, até que começou a mesclar a vidência com política. Em 1972, Quigley teria revelado ao presidente Nixon sua reeleição e afirmou que ele sofreria uma queda terrível nos anos seguintes. Ela também ganhou muita fama ao prever o escândalo de Watergate, um dos maiores casos de corrupção da história humana. Talvez tenha sido nessa época que Quigley começou a chamar a atenção de Nancy e da família Reagan.
E foi em 1976 através do apresentador Merv Griffin (e intermediado por ele) que Quigley é apresentada a Nancy. Merv era amigo pessoal de Nancy e sabia de seu interesse pelo mundo místico e astrológico. E como ele próprio havia se impressionado com a presença de Quigley, decidiu contatar Nancy e falou a respeito dessa médium que estava fazendo previsões chocantes e muito assertivas. Nancy, obviamente se interessou e um encontro foi marcado. O momento era a nomeação de Reagan como candidato republicano, e segundo Quigley, não seria naquele ano que Reagan seria bem-sucedido em sua carreira política, o que chateou imensamente Nancy. Dizem as más línguas que ela desejava ainda mais ardentemente a Casa Branca que seu marido.
Já em 1980, quando Reagan preparava outra campanha, Quigley foi novamente contatada por Nancy para receber orientação sobre o desfecho da empreitada política do marido. Para a alegria de Nancy, Quigley previu que aquele seria o ano ideal para a conquista do Salão Oval por Reagan. Com ajuda dos astros ou não, o fato é que Quigley acertou a previsão: Reagan derrotou largamente Jimmy Carter e Nancy finalmente alcançou o posto de primeira dama dos Estados Unidos.
Tudo corria bem nos primeiros anos e os Reagan se afastaram de Quigley, até a época do atentado sofrido por Reagan, conforme já citado.
A maldição do ano zero
Somada ao trauma do atentado, havia ainda o que era conhecido no país como “a maldição do ano zero”, o que teria levado Nancy a tentar proteger seu marido de forma mais mística, quando percebeu que a maldição era mesmo real. Trata-se de uma crença popular, embora tenha implicações muito reais pois, perseguiu de forma mortal os presidentes norte-americanos desde 1840 até 1960, sem exceção.
“Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”
Também conhecido como Tecumtha, ou Tekamthi, o cacique Tecumseh, líder nativo da tribo indígena Shawnee, foi derrotado durante a batalha de Tippercanoe pelo governador do recém-estabelecido território de Indiana, William Henry Harrison, em 1811. Porém, antes de morrer, Tecumseh rogou uma poderosa maldição de morte repentina, em vingança ao sofrimento de seu povo. Segundo a maldição, todos os líderes eleitos em um ano terminado com o algarismo 0, sofreriam mortes terríveis ou chegariam muito perto dela. E a maldição indígena começou a surtir efeito e o primeiro a perecer foi o próprio William Henry Harrison, eleito presidente dos EUA em 1840. Alguns meses após a eleição, ele morreu em decorrência de uma pneumonia. Os três primeiros presidentes a assumirem o cargo depois de Harrison, Abraham Lincoln (1860), James Garfield (1880) e William McKinley (1900) foram assassinados durante os mandatos. Warren Harding (1923) não teve as causas da morte esclarecidas, mas acredita-se que tenha sofrido um ataque cardíaco. Franklin Roosevelt (1940) teve hemorragia cerebral e John Kennedy (1960) foi assassinado.
A longa lista de presidentes americanos afetados pela maldição indígena chegou ao fim no mandato de John F. Kennedy, eleito em 1960 e assassinado em 1963. Desde então, com a presidência de Ronald Reagan eleito em 1980, os efeitos da maldição começaram a desaparecer. Reagan esteve prestes a ser assassinado em 1981, mas sobreviveu ao tiro e morreu em 2004, aos 93 anos, devido a complicações do Mal de Alzheimer.
A maldição do ano zero é impressionante! Você já tinha ouvido falar nela? Eu não sei vocês, mas deus me livre de ser esposa de presidente nos Estados Unidos eleito em ano terminado com zero. Haja trabalho espiritual de quebra de maldição para proteger esses caras!
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