A visão rígida, extremista, das religiões – Por Osvaldo Shimoda
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
As religiões (em sua maioria) através de seus dogmas, ensinam os seus seguidores a verem a vida de forma rígida, extremista do certo e errado, estabelecendo uma lista de regras proibitivas, fomentando o pecado, a culpa e o remorso, quando o seguidor passa a descumpri-las ou mesmo podem levá-los ao fanatismo.
A ortodoxia dogmática está presente, por exemplo, na religião “Testemunha de Jeová”, que proíbe os fiéis a receberem e a doarem sangue, pois acreditam que a Bíblia condena a prática da transfusão de sangue.
Na antiguidade, a Igreja Católica entre os séculos XI e XIII promoveu a guerra santa, através das Cruzadas e, em nome de Deus, inúmeras vidas de homens, mulheres e crianças foram tiradas. E, agora, no mundo contemporâneo, temos uma guerra santa dos jihadistas (extremistas religiosos do Islamismo) no oriente médio, homens bombas da Al Quaeda, Estado Islâmico, Boko Haram, que em nome de Alá e do profeta Maomé, praticam formas mais brutais de intolerância religiosa, perseguindo e matando os hereges, os infiéis.
Em 2015, dois terroristas islamistas invadiram a sede do jornal francês “Charlie Hebdo”, em Paris, matando 12 pessoas, chargistas, por terem feito uma charge satirizando a figura do profeta Maomé.
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E o fanatismo segue, em suas mais diversas vertentes
Outro exemplo de fanatismo religioso, onde os religiosos devocionais cultivavam a fé cega, irracional, teve também um desfecho trágico. Em 1978, em Georgetown, capital da Guiana, que faz fronteira com o Brasil, Venezuela, Suriname e Oceano Atlântico, o líder religioso, o reverendo Jim Jones, fundador da seita “Templo dos povos”, levou os seus seguidores, mais de 900 (300 eram crianças), ao suicídio, tomando veneno(cianeto).
Os agentes norte-americanos do FBI, ao percorrerem com o helicóptero o assentamento da comunidade religiosa, ficaram horrorizados ao verem milhares de corpos mortos, estendidos no chão de homens, mulheres e crianças.
No Satanismo, onde se cultuam a adoração ao satã, ao demônio, muitos cometem também assassinatos brutais, arrancando os olhos das vítimas, como oferenda ao satanás. Há religiões ritualísticas como o Vodu, muito praticada no Haiti, que tem suas origens na África ocidental, e, no Brasil é um dos ramos da tradição dos orixás como o candomblé, onde se utilizam bonecos, normalmente de cera, cravados com agulhas, para provocar doenças no desafeto.
Ritual de Magia negra (VODU) provocando doenças
Eu me recordo de um paciente, homem de 45 anos, casado, que procurou a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) – método terapêutico (desenvolvido por mim em 2006) que integra a psicologia com a espiritualidade, portanto, laica, desvinculada de qualquer religião, doutrina, seita ou grupo espiritualista.
Seu mentor espiritual lhe mostrou, numa das sessões de regressão, a causa de suas constantes enxaquecas na região das têmporas e o seu problema de impotência sexual. Ele viu uma cena de um ritual de vodu, com muitas velas coloridas, sua foto no altar, e um boneco com agulhas espetadas de cada lado da cabeça e outra na região da genitália.
Seu mentor espiritual lhe revelou que foi sua ex-amante que encomendou esse trabalho espiritual, e que ela era sua obsessora encarnada, uma inimiga de longa data, portanto, de outras vidas. Ele o orientou a fazer a oração do perdão para ela, emanando-lhe a luz dourada, o amor de Cristo, para que se rompesse o cordão energético, o laço psíquico de ódio, que os uniam. Após duas semanas de oração, não sentiu mais os sintomas da enxaqueca e da impotência sexual.
Como o aborto é visto pela Espiritualidade?
No início desse artigo, falei sobre a visão rígida, dicotômica, do certo e errado, que comumente às religiões classificam determinados assuntos, não os vendo de forma relativista. A questão do aborto, por exemplo, muitas religiões o tratam de forma simplista, reducionista e extremista, considerando-o como “errado”, gerando muita culpa para quem o pratica.
Aprendi com os mentores espirituais de meus pacientes, pois, somos todos alunos e professores da escola da vida a vê-la de forma relativista e não absolutista, como comumente às religiões a veem, pois, o aborto é um assunto delicado e complexo, que requer uma análise mais aprofundada.
É o caso de uma paciente de 50 anos, casada. Aos 18 anos, engravidou de seu namorado. Desesperada, com muito medo que os seus pais descobrissem que estava grávida, resolveu fazer o aborto. Mas a culpa, o remorso, sempre a acompanharam em sua vida. Nunca se perdoou por esse aborto, tanto que, aos 50 anos, casada, nunca quis ter filhos, apesar da insistência de seu marido. Procurou a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) só agora, pois, antes, não teve coragem de passar por uma psicoterapia, por conta do sentimento de culpa que a atormentava.
Seu mentor espiritual, numa das sessões de regressão, fez com que ela conversasse com o espírito da criança abortada, que era um menino. Seu filho lhe disse que quando estava em seu útero, sabia que iria ser abortado. Ele lhe revelou, que no plano espiritual, ambos firmaram um acordo de que ele iria passar pela experiência uterina, mas, por pouco tempo. Ou seja, iria passar por uma experiência carnal como feto, mas não iria nascer, pois em outras vidas, ele desencarnou de várias formas; porém, a experiência de viver no útero materno e ser abortado, ainda não havia experimentado. Portanto, ele ainda não conhecia essa experiência, e isso fazia parte de sua evolução espiritual.
Ele se despediu, agradecendo-a, por ter lhe proporcionado a oportunidade de viver num corpo carnal, mesmo por um breve período. No final da regressão, a paciente me disse ainda muito emocionada, que havia tirado um peso enorme de suas costas, pois não se sentia mais culpada.
Conclusão: Cada caso é um caso
Mas quero ressaltar neste artigo, que “cada caso é um caso” como se diz no sábio jargão médico. Se mãe e filho, no plano espiritual, não fizeram acordo nenhum em relação ao aborto, e, a mãe o abortá-lo, por conta própria, certamente haverá prejuízo de ambas as partes. Se a criança abortada for um espírito rancoroso e vingativo, portanto, pouco evoluído, certamente irá prejudicar à mãe, provocando-lhe, por exemplo, uma infecção urinária recorrente, infertilidade, ou mesmo lhe causar uma disfunção sexual, como falta de desejo sexual ou dispareunia (dor na relação sexual).
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