Você sabe como funciona a excomunhão da Igreja Católica? Descubra!
A medida mais extrema que a Igreja Católica pode tomar a respeito de seus fiéis é a excomunhão. Muitas pessoas acreditam que o ato é uma espécie de inquisição, que expulsa de forma agressiva aqueles que não têm as mesmas crenças que a Igreja, ou que possuem um estilo de vida diferente daquilo que o Papa ensina. Mas, não é bem assim que funciona. Neste artigo, vamos falar sobre os motivos e consequências da excomunhão de um fiel da Igreja Católica.
Afinal, o que é excomunhão?
A excomunhão é uma punição religiosa em que é tirado o vínculo do fiel com sua filiação religiosa. Trata-se de uma rígida prática do Cristianismo, com objetivo de abolir uma pessoa de todos os ambientes da religião. A conduta é praticada pela Igreja Católica desde seu surgimento, baseada em textos da Bíblia que mostram exemplos de pessoas que foram julgadas como indignas de comunhão junto aos demais fiéis. A palavra significa literalmente isso, excluir alguém da comunhão. Além disso, cria sanções capazes de banir indivíduos de diversas atividades. Porém, apesar do termo ser muito associado à Igreja Católica, precisamos ressaltar que não é uma prática realizada apenas pelo cristianismo, ela também ocorre em outras religiões, que condenam uma pessoa ou todo um grupo espiritualmente.
No âmbito da Igreja Católica, a excomunhão é temida pois é uma das maiores penalizações que pode ser dada. A pessoa excomungada não tem mais direito de receber Sacramentos e de participar de atos Eclesiásticos. Trata-se de um castigo severo, com propósitos de correção. A excomunhão poderá ser revertida, pois é imposta com objetivo de afastar o fiel que pecou para que ele reflita sobre seus atos. Espera-se que ele retome a consciência e volte a ser digno de dividir a comunhão com os demais fiéis. É como se fosse uma espécie de exílio religioso, que tem como objetivo recuperar a fé.
Por que alguém é excomungado?
Apesar de não parecer, esta é uma medida pastoral. A missão da Igreja é proteger os filhos de Deus e, em casos extremos, apartar os que apesar de serem católicos ativos, cometem graves erros que causam danos aos demais fiéis. A excomunhão não é realizada como primeira medida, antes é feita a admoestação. Caso o sujeito, apesar de ser advertido, seguir com suas ações, a excomunhão é realizada.
As punições da Igreja Católica foram revistas no século XX e passaram a integrar o Código de Direito Canônico de 1983, se adequando ao contexto contemporâneo. Nos dias atuais, um fiel pode ser excomungado caso profane coisas sagradas da Igreja, agrida fisicamente o papa, em casos de apostasia, aborto, em caso de heresias e em casos de cisma.
Existe a possibilidade de excomungar apenas um indivíduo ou um grupo de pessoas. A medida pode ser realizada de várias formas, com níveis moderados, médios ou altos de intensidade. Em casos mais extremos, chamada de excomunhão maior, o fiel é proibido de receber e administrar Sacramentos, de comparecer em ofícios religiosos, de ter uma sepultura eclesiástica, é banido de qualquer dignidade eclesiástica e de relacionar-se com outros fiéis. Além de ser excomungada, a pessoa pode ser declarada como amaldiçoada pela Igreja Católica.
Na ocasião em que o Papa Bento XVI ameaçou excomungar políticos que apoiassem o aborto, reforçava o que já estava previsto pelo Código de Direito Canônico. De acordo com o código, o aborto, ou a cumplicidade com o mesmo, é uma prática que deve ser punida de forma máxima.
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Quem é excomungado vai para o inferno?
De acordo com o historiador de religião André Chevitarese, da UFRJ, a pessoa que é excomungada não vai para o céu, mas a Igreja não diz explicitamente que ela vai para o inferno. Portanto, conclui-se que ela fica no limbo.
Porém, a Igreja quer que o fiel se salve. Se apartado da comunhão, não significa que foi esquecido. O dever da Igreja é leva-lo ao arrependimento verdadeiro e auxiliar o seu regresso. Mas, isso vai depender das escolhas do indivíduo excomungado. O objetivo é que essa pessoa reencontre o Senhor, reconstrua laços com a Igreja e retorne.
Quem é excomungado deixa de ser católico?
Essa é uma questão complicada, uma vez que se é católico por batismo não se deixa de ser católico. Aqueles que são excomungados continuam sendo filhos de Deus e são convidados para a santidade. Porém, a Igreja determina explicitamente que a pessoa participe ativamente dos sacramentos ou vida paroquial até que se arrependa de suas atitudes e volte por completo.
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O que de fato acontece com quem é excomungado?
De acordo com o Código de Direito Canônico de 1983, o excomungado é proibido de:
- Ministrar uma celebração do Sacrifício Eucarístico ou qualquer outra cerimônia de culto;
- Celebrar ou receber sacramentos;
- Desempenhar qualquer ofício, ministério, cargos eclesiásticos ou atos de governo.
A excomunhão dura para sempre?
Como já falamos anteriormente, caso a pessoa esteja arrependida de seus atos e queira voltar a ter comunhão, ela tem a liberdade de se confessar com um Bispo e iniciar o processo de reingresso. De acordo com o Código de Direito Canônico no número 976, a excomunhão pode ser suavizada se o excomungado estiver em risco de morte, inclusive, é dado o direito de qualquer sacerdote perdoar a excomunhão em casos extremos.
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