O encontro com o Mestre, parte 1 — por Gabhishak
Esse texto foi escrito com todo o cuidado e carinho por um autor convidado. O conteúdo é da sua responsabilidade, não refletindo, necessariamente, a opinião do WeMystic Brasil.
Nesse texto peço licença ao amigo leitor para, pela primeira vez, fazer um relato pessoal. Não que tenha alguma importância; de fato não tem. Falemos então por mera diversão; que sirva como entretenimento, como curiosidade ao menos.
Eu quero compartilhar como se deu a caminhada até o encontro com aquele que escolhi como mestre, ou melhor dizendo, que me escolheu como discípulo em uma relação de discipulato muito mais cool do que aquilo que quiçá tenhamos lido em algum livro sagrado.
Como muitos brasileiros, talvez a maioria, passei pelo tradicional batismo católico e possivelmente algumas outras coisas bem conhecidas na igreja, das quais não encontro qualquer registro na memória.
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Também não fui influenciado pelos pais a seguir uma religião específica. Não se falava muito disso na minha família.
Sempre convivi mais com meus avós, tanto na infância como na fase adulta. Não sei se todos são assim, mas os meus sempre me deram total liberdade para fazer e desfazer o que quisesse. Havia poucos limites e quase nenhuma cobrança.
A ausência da mãe e pequena presença do pai, ao invés de negativo, acabou sendo algo extremamente valioso; eu pude receber em dobro o carinho e o cuidado dos avós; principalmente dos dois avôs. Eu admirava muito um e outro. E eles a mim. Era recíproco e verdadeiro. Eu sentia aquilo quando estava com eles.
Não me lembro de ter ouvido a palavra ‘deus’ na infância.
Mesmo na adolescência, embora tenha frequentado por quatro ou cinco anos um colégio de padres, o máximo que aconteceu foram algumas aulas de ensino religioso das quais participei forçadamente, apenas para cumprir a carga horária mínima necessária.
No auge dos anos 90, em Bagé, meu interesse estava muito mais nas drogas, no sexo e nas festas que qualquer outra coisa.
Mais adiante, já na casa dos vinte, comecei a frequentar a igreja; experimento que, confesso, não durou muito. As palavras vazias, o texto antiquado, as faces noctâmbulas em todo lado geravam muito mais dúvidas que qualquer outra coisa naquele jovem buscador (de algo que ainda não sabia o quê).
Essa desafortunada aventura nos corredores da igreja católica foi tão decepcionante que por quase uma década não tive qualquer contato com nada do tipo; absolutamente nada que se relacionasse com alma, religião ou espiritualidade me interessava.
Mergulhei no trabalho e tornei-me um ‘ateu não praticante’, se é que existe o termo. Foi um período de intensa atividade social, relativo sucesso profissional e certa notoriedade.
O interesse havia mudado. Saiu das experiências psicodélicas e tornou-se o dinheiro, o poder e o reconhecimento. E resultou que, em determinado momento, esse tripé se fez presente. Aos olhos do establishment, o personagem havia conquistado ‘tudo’ aquilo que uma pessoa poderia querer.
E, se a memória não me trai, foi a partir daí que algo mudou. Aquele jovem, filho de fazendeiros, neto de advogados e juízes, criado no pantanal e educado nos pampas com o claro propósito de dar seguimento à árvore genealógica da família, começou a questionar algumas coisas. Em verdade, mais do que questionar, aquela vida deixou de fazer sentido. Dinheiro, status, carro importado e apartamento, coleção de relógios, terno Armani…para quê?
O castelo de areia começou a ruir. Era meados de 2011.
Primeira viagem pra Europa e ouvi uma voz assoviando: uau!
Segunda viagem pro velho continente e a voz se intensificou: há muita vida além do meu mundinho!
Não voltei mais. Até retornei, mas não como antes.
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Fontes:
Os textos do autor, em geral, são baseados em sua experiência pessoal, no Livro The Book of Secrets, Volumes I ao VI, de OSHO, e na relação de discipulado com o Mestre Zen Satyaprem.
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